Avengers vs Thanos de Jim Starlin
Outro clássico da
juventude. Tal como já aqui havia referido, o primeiro confronto dos Vingadores
com o Titã Louco, conhecido pelos amigos como Thanos, é um dos momentos que melhores recordações tenho dos meus
anos adolescentes a ler BD. Uns anos mais tarde, a editora Abril, uma das
responsáveis pelo amor que tenho a esta Arte, criou uma compilação que colecionava
a história completa deste vilão. À altura, foi através desta compilação que tive
pela primeira vez contacto com o confronto original entre os Vingadores e Thanos. Contudo, no início de saga, o supergrupo
fora apenas uma nota de pé de página no confronto do equilíbrio universal,
sendo o principal antagonista do Deus Louco o Capitão Marvel, herói cósmico por
excelência.
O volume americano de
que aqui falo coleciona não só esta história como também uma outra, a mais
famosa, a que me ocupou a imaginação naqueles nostálgicos anos, a do Warlock pelo escritor e desenhista Jim
Starlin – esta última fica para uma próxima vez, quando falar do livro homónimo.
Após ler o volume 9.º da Epic Collection
dedicada aos Vingadores, decidi voltar atrás na cronologia e dedicar-me a este.
Uma vez mais e ao contrário do que eu esperava, reler estas histórias na língua
original não foi uma surpresa negativa, onde os excessos foleiros de linguagens
funcionavam como detrimentos, mas antes uma muito, mesmo muito, agradável
surpresa. Jim Starlin estava a começar, sendo o Capitão Marvel o seu primeiro
grande trabalho na BD, e logo de partida cria um dos mais memoráveis vilões e
mitologias da enorme tapeçaria que é o Universo Marvel – só posso pensar que a editora apenas poderá agradecer
financeiramente a este e outros gigantes que lhes deram estas histórias, com
que agora entretêm públicos maiores. Não só o enredo atinge excessos
maravilhosos de demência imaginativa, refletindo em muito o espírito
iconoclasta e místico da década onde nascia (a de 70), como é alicerçado num
tipo de diálogos quase-shakespearianos de que a editora era forte usuária. Tudo
funciona nestes primeiros capítulos da Saga de Thanos e não são apenas os meus olhos
pintados do cor-de-rosa da boas recordações de infância. Uma leitura muito boa
para fãs dos Vingadores da BD e do Cinema.
Fables vol. 19: Snow White de Bill Willingham e Mark
Buckingham
(contém spoilers no final do terceiro parágrafo)
Infelizmente o fim
está próximo. Um dos meus livros favoritos a serem publicados na BD
americana, este Fables da editora Vertigo, está prestes a chegar ao fim. E este
19.º volume já começa a cheirar a despedidas e a um longo choro de adeus.
Como dizia alguém em
jeito de comentário ao título, quando um volume desta saga tem o nome de um dos
personagens algo de verdadeiramente trágico pode estar para acontecer ao dito
cujo ou a entes queridos próximos. Se acontece ou não isso agora não interessa
para nada, mas nota-se, desde já, que Willingham prepara a sua despedida
e tece as últimas palavras que terá a dizer acerca deste mundo que criou há mais de dez
anos. Um mundo delicioso, onde coabitam todos os contos de fada que alguma vez
foram contados junto à lareira, ou sussurrados para nos ajudar a adormecer.
Pelas nossas mães. Pelos nossos pais. Pelos nossos avós.
Mas estes não são os personagens e contos a que estávamos habituados. Aqui, (spoilers
para quem nunca leu ou não quer saber pormenores mais adiantados) a
Branca de Neve casou com o Lobo Mau e tiveram uma legião de filhos, herdeiros do
aterrador Vento do Norte. E é exatamente sobre este pequeno mas poderoso agregado
familiar que incide a história deste importante 19.º volume.
Que mais posso
dizer de uma BD que já elogiei muitas e repetidas vezes? Continua boa? Sim.
Tenho pena que vá acabar? Um grande sim. Este é mais um excelente volume? Podem
ter a certeza que sim.
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