Quem acompanha com
alguma assiduidade este Blogue sabe, ao olhar para os nomeados dos prémios
César deste ano, quais é que serão uma boa parte dos meus preferidos. La Vie D’Adèle e La Venus à lá Fourrurre, dois dos meus favoritos do ano passado,
estão entre os nomeados. Mais do que nos Óscares deste ano, é nos Césares que
estão filmes que eu quero ver e rever até o final da vida – e isto não é nenhum
panfleto de intelectualismo, antes de gosto puro e duro.
Por outro lado,
infelizmente e ao contrário dos Óscar, não vi a maior parte dos filmes que
estão nomeados (muitos não estrearam ou estrearão) … e é uma pena. E uma prova
do domínio que Hollywood tem sobre os gostos cinematográficos e sobre o que se
exibe nas salas – isto sem ordem de causa-efeito especialmente nenhuma. As
razões para que isto se passe serão várias – gosto; acesso; educação – mas uma
verdade incontornável é, perdoem o pleonasmo, facto: mais depressa se perdoa um
péssimo filme de Hollywood (aqui entendido por tudo o que vem dos EUA) do que
um francês; mais depressa se desloca à sala de cinema para ver o último blockbuster que um filme de uma outra
língua que não o inglês. Eu tenho noção de que este é um tema antigo e
discutido de forma mais ou menos acirrada por defensores e detratores de parte
a parte. Não estou de lado nenhum da fronteira. Estou noutro continente. Adoro
cinema e vejo tudo o que me passa à frente. De uns filmes gosto mais. De outros,
gosto menos. Sublinho a palavra gosto, que é para não ferir, intencionalmente
ou não, as sensibilidades de ninguém. Gosto, volto a repetir. Por detrás desse
gosto haverá um rol de razões, desde as intelectuais às emocionais, mas são
minhas e de mais ninguém. Contudo, confesso que quando gosto muito de um filme
como o La Vie D’Adéle – na realidade
adorei, amei, delirei – confesso algum panfletismo. Gostava que todos o vissem.
Dita esta longa
conversa, queria vos deixar com as minhas escolhas para vencedores dos César deste dia 28 de Fevereiro de 2014. A negrito
estão os que acho que vão ganhar. A itálico
os que acho que deveriam ganhar. A negrito itálico quando os dois
coincidem. Porque não vi tudo, existem categorias que não consigo, pura e
simplesmente, escolher. Por outro lado, apenas aqui coloquei as que são, para
mim, mais relevantes.
Deixem as vossas
apostas nos comentários.
(actualizado com vencedores a sublinhado)
(actualizado com vencedores a sublinhado)
Melhor Filme
9 Mois Ferme
Les Garçons et
Guillaume, À Table!
L’Inconnu Du lac
Jimmy P. (Psychothérapie d’un Indien dês Plaines)
La Vénus à la
Fourrure
La Vie D’Adèle Chapitre
1 & 2
Melhor Realizador
Albert Dupontel,
por 9 Mois Ferme
Guillaume
Gallienne, por Les Garçons et Guillaume, À Table!
Alain Guiraudie,
por L’Inconnu du Lac
Arnaud Desplechin,
por Jimmy P. (Psychothérapie d’un Indien dês Plaines)
Asghar Farhadi, por
Le Passé
Roman Polanski, por
La Vénus à la Fourrure
Abdellatif
Kechiche, por La Vie D’Adèle Chapitre 1 & 2
Melhor Argumento Original
9 Mois Ferme
Alceste à
Bicyclette
L’Inconnu du Lac
Le Passé
Suzanne
Melhor Argumento Adaptado
Les Garçons et
Guillaume, À Table!
Jimmy P. (Psychothérapie d’un Indien dês Plaines)
Quai D’Orsay
La Vénus à la
Fourrure
La Vie D’Adèle
Chapitre 1 & 2
Melhor Ator
Mathieu Amalric, em La Vénus à la Fourrure
Michel Bouquet, em
Renoir
Albert Dupontel, em
9 Mois Ferme
Grégory Gadebois,
em Mon Âme Par Toi Guérie
Guillaume
Gallienne, em Les Garçons et Guillaume, À Table!
Fabrice Luchini, em
Alceste à Bicyclette
Mads Mikkelsen, em
Michael Kohlhaas
Melhor Atriz
Fanny Ardant, em Les Beaux Jours
Bérénice Bejo, em
Le Passé
Catherine Deneuve,
em Elle S’en Va
Sara Forestier, em
Suzanne
Sandrine Kiberlain,
em 9 Mois Ferme
Emmanuelle Seigner, em La Vénus à la Fourrure
Léa Seydoux, em La Vie D’Adèle Chapitre 1 & 2
Melhor Ator Secundário
Niels Arestrup, em
Quai D’Orsay
Patrick Chesnais, em Les Beaux Jours
Patrick D’Assumçao, em L’Inconnu du Lac
François Damiens,
em Suzzane
Olivier Gourmet, em
Grand Central
Melhor Actriz Secundária
Marisa Borini, em
Un Château en Italie
Françoise Fabian,
em Les Garçons et Guillaume, À Table!
Julie Gayet, em
Quai D’Orsay
Adèle Haenel, em
Suzanne
Géraldine Pailhas,
em Jeune & Jolie
Melhor Revelação Masculina
Paul Bartel, em Les
Petits Princes
Pierre
Deladonchamps, em L’Inconnu du Lac
Paul Hamy, em
Suzanne
Vincent Macaigne,
em La Fille du 14 Juillet
Nemo Schiffman, em
Elle S’en Va
Melhor Revelação Feminina
Lou de Laâge, em
Jappeloup
Pauline Etienne, em
La Religieuse
Adèle
Exarchopoulos, em La Vie D’Adèle Chapitre 1 & 2
Golshifteh
Farahani, em Syngué Sabour – Pierre de Patience
Marine Vacth, em
Jeune & Jolie
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