O que vou lendo! - Avengers de Jonathan Hickman


Os Vingadores são hoje em dia um dos nomes mais facilmente reconhecíveis da biblioteca de personagens da editora americana de BD, a Marvel, tudo por culpa do excelente filme de Joss Whedon. Face a este acréscimo de fama, a Casa das Ideias optou por capitalizar e reiniciou a revista deste grupo de super-heróis com uma nova equipa criativa e uma nova história. Desde 2004 que Brian Michael Bendis escrevia a História dos Vingadores, tendo terminado a “odisseia” nos últimos meses de 2012 e passado o testemunho a Jonathan Hickman, autor independente que já se havia destacado na Marvel com uma saga do Quarteto Fantástico. Esta passagem aparece no âmbito de uma reestruturação criativa chamada Marvel Now ocorrida no seio de quase todos os personagens da editora e em que autores basicamente trocam de camisa, ficando Bendis com os X-Men e Hickman com os Vingadores, apenas para citar alguns.

O estilo de Hickman dificilmente poderia ser mais diferente do de Bendis. Enquanto este último adere à escala urbana, da rua, em que os personagens são o zé do dia-a-dia, os de Hickman movimentam-se no Teatro Universal, de deuses envolvidos em ficção científica movida a psicotrópicos. Bendis caracterizava-se pelos verbosos e demorados diálogos, pela descompressão narrativa, interessando-lhe mais a relação interpessoal dos vários personagens e as consequências dos eventos na vida e psique dos mesmos. Hickman narra óperas cósmicas em que os super-heróis assumem o seu papel maior que a vida, com diálogos grandiloquentes, situações titânicas, em que nada menos que o destino da Realidade, do Tempo e da Vida estão constantemente em jogo. Tudo são riscos à escala da Existência. Os Vingadores de Hickman são o exército de Deus.
Outras da características deste autor e que já havia demonstrado no seu Quarteto Fantástico, é que tudo é planeado ao pormenor. Sabemos que no final teremos uma epopeia cósmica finita a única. Por isso, preparem-se para a viagem, no sentido literal e metafórico do termo.
Hickman teve a inteligência (ou o mandato editorial) para começar estes quatro primeiros números da nova série com os mesmos Vingadores do filme: Homem de Ferro; Capitão América; Thor; Hulk; Gavião Arqueiro; Viúva Negra. Mas depressa aumenta a escala e, de um momento para o outro e face ao crescendo da ameaça, é convocado o restante exército. E ele é legião. Como se preparar para uma guerra pela Existência fossem necessários os melhores e mais eficazes soldados da paz. E são eles o Homem-Aranha, Wolverine, Mulher-Aranha, Capitão Universo, apenas para citar uns (muito) poucos.
A acompanhar Hickman nos quatro primeiros números estão os desenhos de Jerome Opeña (os números 1 a 3) e de Adam Kubert (no 4.º), veteranos da Marvel.
Ainda é cedo para tecer qualquer tipo de julgamento definitivo para estes Vingadores (teremos de esperar pelo final), mas o caminho que se iniciou promete, e se a Marvel decidir deixar Hickman continuar a relatar a saga sem interrupções e com este calibre de colaboradores, teremos um dos momentos mais relevantes da já incrível história dos Vingadores.
A seguir com antecipação.


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