O que vou ouvindo! - Beach House, Frightened Rabbit, Harper Simon


Beach House – Bloom LP

Existe por aqui um classicismo disfarçado por vozes preguiçosas, andrógenas e arrastadas, acompanhando melodias reconfortantes na repetição. Como se de facto estivéssemos numa casa em frente à praia, as gigantes ondas brumosas a cavalgar os areais com fúria tempestuosa. Existe por aqui serenidade.
Os Beach House são um duo Dreampop (lá está, mais um estilo. Isto não pára!), natural de Baltimore, EUA, e este Bloom é o quarto álbum de originais da banda, prosseguindo a fama independente conseguida ao longo do tempo, várias vezes entrando na lista de melhores álbuns do ano para a revista Pitchfork. Nada como preparar para a eventualidade de os ver em concerto no dia 16 de Março em Lisboa – TMN ao Vivo.


Frightened Rabbit – The Midnight Organ Fight

Banda indie escocesa nascida em 2003, este The Midnight Organ Fight de 2008 é o seu segundo álbum de estúdio e descobri-o após ouvir o single de abertura para o novo LP do grupo, a sair neste ano de 2013 (falarei disso noutro post). O som indiefolk evoca uma versão mais cheia e percussionista dos conhecidos Iron & Wine, a voz frágil e quebradiça de Scott Hutchison a sublinhar modelarmente o nome do grupo (Frightened Rabbit vem da alcunha dada pela mãe ao vocalista, por causa da sua personalidade tímida). Estamos a falar de música que relembra o prazer de um passeio de bicicleta pelos caminhos esquecidos da adolescência. De modo algum música para a meia-noite.


Harper Simon – Harper Simon

Ser filho de Paul Simon não é fácil, nem tampouco nos fornece qualquer tipo de aprovação. Pelo menos, e neste caso, possibilitou ao cantautor começar cedo na incursão pelos meandros da música, não tanto por favores (talento e qualidade não são genéticos nem se compram), mas pelas influências “lá em casa”. Pelo trabalho demonstrado neste LP de estreia a solo de 2008, as incursões seguras pelo country, folk e pop são já o trabalho de um músico maduro e conseguido. Mas, infelizmente, nada aqui soa a fresco ou novo, limitando-se a reinterpretar velhas melodias e antigas inspirações. Pode ser que o segundo álbum seja melhor. Tentarei ouvi-lo. 

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