The Terrifics número 4 de Jeff Lemire e Evan "Doc" Shaner (DC Comics)
O conceito por detrás deste The Terrifics é familiar para os fãs de BD. São uma muito pouco discreta homenagem (ou plágio, ou cópia) do Quarteto Fantástico da Marvel.
Não só os membros deste equipa são análogos dos da editora concorrente, como também a sua missão é semelhante: exploração do mistério do infinito. Mais ainda, a dinâmica interna do grupo lembra aquela da família original da Marvel: Metamorpho e Plastic Man lembram a picardia entre o Coisa e o Tocha Humana; o distanciamento frio e racional de Mr. Terrific lembra o do Sr. Fantástico (até os epítetos são parecidos); apenas a Phantom Girl, com poderes diferentes mas alusivos aos da Invisible Girl, apresenta uma personalidade única. Apesar disto tudo, The Terrifics funciona terrivelmente bem, tudo por culpa da escrita de Jeff Lemire e dos seus colaboradores no desenho (antes Ivan Reis, agora Evan Shaner).
Não só os membros deste equipa são análogos dos da editora concorrente, como também a sua missão é semelhante: exploração do mistério do infinito. Mais ainda, a dinâmica interna do grupo lembra aquela da família original da Marvel: Metamorpho e Plastic Man lembram a picardia entre o Coisa e o Tocha Humana; o distanciamento frio e racional de Mr. Terrific lembra o do Sr. Fantástico (até os epítetos são parecidos); apenas a Phantom Girl, com poderes diferentes mas alusivos aos da Invisible Girl, apresenta uma personalidade única. Apesar disto tudo, The Terrifics funciona terrivelmente bem, tudo por culpa da escrita de Jeff Lemire e dos seus colaboradores no desenho (antes Ivan Reis, agora Evan Shaner).
Este quarto número cimenta a série como uma das mais interessantes e inventivas do universo das novidades dos super-heróis. Lemire tem conseguido, nos últimos tempos, produzir algumas das BDs mais cativantes do momento, quer trabalhando para a Marvel e DC, quer para outras mais pequenas ou independentes (leiam Black Hammer da Dark Horse, por exemplo). The Terrifics é uma lufada de aventura fresca ao melhor estilo dos homens de collants, com candura e movimento capazes de desenhar um sorriso na boca e fazer o coração saltar de alegria. É uma exploração dos cantos menos conhecidos de um universo gigante e desconhecido, sem perder a noção de suspense e maravilhamento. Cada personalidade poderá parecer estereotipada, mas os diálogos e personagens são demasiadamente divertidos para que isso seja um problema.
Série fortemente recomendada para os leitores casuais ou menos casuais de BD de super-heróis. Para aqueles que ainda acreditam ser uma criança curiosa pelo mistério do desconhecido.
Exiles (2018) número 3 de Saladin Ahmed e Javier Rodriguez (Marvel)
Continuando pela temática dos exploradores do desconhecido, a Marvel lançou recentemente a segunda iteração de um conceito do início do século XXI: os Exiles. Criados em 2001 por Judd Winick e Mike McKone, funcionavam como defensores do Multiverso desta editora. Reunia quase exclusivamente mutantes do universo dos famosos X-Men e acompanhava as suas viagens por iterações marginalmente ou muito diferentes da realidade "normal" da Marvel. A personagem âncora era a jovem Blink, uma teletransportadora mutante que vinha de uma famosa história da década de 90, The Age of Apocalypse.
Esta nova iteração continua a ser liderada por Blink, mas com membros mais heterogéneos e todos vindos de universos paralelos e eras diferentes. Temos uma versão adulta da famosa Ms. Marvel, versão Kamala Khan, vinda de um futuro pós-apocalíptico. Temos o jovem Iron Lad, vindo de um futuro utópico. Temos uma Valquíria igual à que apareceu no último filme do Thor. E temos uma versão cartoonizada do Wolverine. Com uma equipa tão diferente, apenas o talento de alguém como Saladin Ahmed poderia tirar da cartola diálogos e situações tão interessantes. As personalidades são muitas vezes o que estimula uma leitura atenta e, neste caso, a dinâmica entre todas elas é um dos pontos fortes deste Exiles. Por outro lado, a inventividade dos universos paralelos pode nem sempre ser atraente para os que não conhecem bem a Marvel, mas é novamente a qualidade dos protagonistas que transforma a série em algo bastante divertido e viciante.
A qualidade do desenho de Javier Rodriguez foi um dos chamarizes para esta série e o desenhador continua a provar que é um dos artistas de BD a que mais convém estar atento (conhecemo-lo na recente série dedicada à Spider-Woman e que o Acho que Acho considerou umas das melhores de 2016). Não só é um mestre da invenção conceptual, como tem um olhar dinâmico para enquadramento e breakdown do enredo. Tal como The Terrifics, The Exiles é uma das séries que é mais urgente acompanhar. Uma delícia e uma maravilha.
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