(Prometo informar os menos conhecedores acerca da acessibilidade desta coleção de BD, ou seja, se é fácil ou não ler sem saber mais coisas)
Grau de acessibilidade: Difícil mas...
Sai amanhã, Quinta-feira, dia 18 de Setembro, junto com Público e custa 8,9€
Por esta altura muitos já sabem quem são os Vingadores: a coleção dos melhores super-heróis que o universo da Marvel tem para oferecer. O que talvez nem todos saibam é que a história deste grupo é antiga (remonta à década de 60) e extraordinariamente conturbada, como aliás manda que seja qualquer história de um super-herói que se preze. Ao longo de cinco décadas, os personagens que fizeram ou fazem parte das fileiras desta importante equipa, sofreram, evoluíram e, acima de tudo, modificaram-se. Aqueles que tinham revistas homónimas onde, mensalmente, eram contadas as suas vidas "pessoais" (Capitão América, Thor, Homem de Ferro, por exemplo), para esses era difícil fazer grandes explorações na publicação mensal dos Vingadores. Mas os outros, cuja vida se cingia ao grupo, eram plasticina para ser moldada ao bel prazer dos múltiplos criadores. Por vezes, o inevitável acontecia e um personagem era transformado ao ponto da contradição com histórias anteriores. Nada que não pudesse ser corrigido por uma história e criador subseqüentes. O que acabei de descrever constitui um dos pontos mais interessantes para nós fãs no que respeita à mitologia dos super-heróis: a da constante reinivenção. E a história compilada neste no anterior volume, Vingadores Para Sempre, tem disto.
Outras das grandes paixões dos verdadeiros amantes desta literatura são as sagas megalómanas, com o tecido espaço-temporal em constante ameaça. Para personagens como os Vingadores, habituados a confrontos no palco universal e temporal, este tipo de sagas são aquelas que melhor justificam a existência de uma assembleia de personagens que incluem deuses, semideuses, génios, super-soldados, feiticeiras, gigantes, andróides sencientes, etc. É quando o destino de tudo está em cima da mesa, quando os vilões excedem a maldade e tornam-se verdadeiros tiranos que põe em perigo a própria existência, são nestes cenários que heróis como estes melhor demonstram as suas capacidades. E a história compilada neste no anterior volume, Vingadores Para Sempre, tem disto.
Finalmente, também é do gosto dos fãs, histórias que envolvem múltiplas versões de um mesmo personagem: de realidades paralelas utópicas; de realidades paralelas distópicas; de futuros paralelos distópicos; de futuros possíveis utópicos. E a história compilada neste no anterior volume, Vingadores Para Sempre, tem disto.
Este trabalho de Kurt Busiek (de quem já leram Marvels, também nesta coleção) e Carlos Pacheco está longe de ser o mais acessível dos volumes para o coleccionador ocasional de BD. Contudo, é umas das mais divertidas viagens de que tenho memória em relação aos Vingadores e uma que vale mesmo a pena acompanhar. Nem que seja pela sensação de confusão e vertigem.
Nota final – Eu não partilho da opinião que se tem de saber tudo para acompanhar bem uma história. Parte da “magia” da BD americana reside na descoberta posterior, na paciente reconstrução do puzzle. Mas para aqueles que não têm tempo e paciência aqui fica este meu pequeno esforço.
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