Isto é Alan Moore light. Mas mesmo mesmo sendo leve não é de todo simples. Com este escritor nada é.
Com LOEG: Century o autor continua a exploração da ideia de juntar personagens conhecidos da literatura dos finais do século XIX, princípios do XX, numa única equipa similar em motif à dos super-heróis. Contudo, apesar de ser fácil reconhecer nas roupagens e em alguma abordagem os cânones deste último tipo de literatura, assume de forma mais sublinhada a da primeira, a prosa.
Os dois primeiros volumes não só relatavam a famosa origem deste grupo de personagens (desta encarnação, sublinhe-se, porque a Liga existe desde tempos imemoriais), como aventuras subsequentes. O sucesso e originalidade da premissa deu origem até a um (deplorável) filme, mas Moore, que é conhecido pelo forte antagonismo à face mais corporativa da actividade de publicação, retirou a LOEG das mãos da "vil" DC Comics e entrou pela porta aberta da Knockabout, onde agora explora, junto com o imprescindível desenhista Kevin O'Neill, aventuras mais recentes desta nova iteração da Liga.
Century passa-se em dois períodos distintos do século XX (1910 e 1969) e entra no nosso XXI, especificamente em 2009. A equipa é constituída pelos recorrentes Mina Murray (dos romances do Drácula) e Alan Quatermain (das Minas de São Salomão, obra bem conhecida dos portugueses), e pelo novo Orlando (de Virginia Woolf). No meio deste trio passeiam-se uma infinidade de outros personagens, todos ligados à literatura. A LOEG é um verdadeiro quebra-cabeças de "quem é este personagem?", "qual é este lugar?", algo que já era bem presente nos volumes anteriores e que continua. As referências passam despercebidas aos menos conhecedores (a mim passaram-me ao lado muitas), mas não em detrimento do apreciar da história como um todo. O enredo principal anda à volta de algo bastante comum em histórias de fantasia e de super-heróis, a da eventual ascensão de um anti-cristo, um ser demoníaco apocalíptico - existe mesmo uma referência deliciosa ao filme Rosemary's Baby de Roman Polanski. A descoberta de quem é este anti-cristo é, ao mesmo tempo, vintage Alan Moore e algo que irá irritar os fãs de um personagem da literatura muito famoso.
LOEG continua com o mesmo nível de qualidade e densidade dos anteriores volumes, sublinhando porque este é dos melhores escritores de BD de todos os tempos. Não é do nível de profundidade dramática e conceptual que, por exemplo, From Hell ou Promethea, mas faz ansiar pelo regresso não só de outros volumes deste conceito como também de algo bastante saudoso do mesmo autor: Top 10.
Com LOEG: Century o autor continua a exploração da ideia de juntar personagens conhecidos da literatura dos finais do século XIX, princípios do XX, numa única equipa similar em motif à dos super-heróis. Contudo, apesar de ser fácil reconhecer nas roupagens e em alguma abordagem os cânones deste último tipo de literatura, assume de forma mais sublinhada a da primeira, a prosa.
Os dois primeiros volumes não só relatavam a famosa origem deste grupo de personagens (desta encarnação, sublinhe-se, porque a Liga existe desde tempos imemoriais), como aventuras subsequentes. O sucesso e originalidade da premissa deu origem até a um (deplorável) filme, mas Moore, que é conhecido pelo forte antagonismo à face mais corporativa da actividade de publicação, retirou a LOEG das mãos da "vil" DC Comics e entrou pela porta aberta da Knockabout, onde agora explora, junto com o imprescindível desenhista Kevin O'Neill, aventuras mais recentes desta nova iteração da Liga.
Century passa-se em dois períodos distintos do século XX (1910 e 1969) e entra no nosso XXI, especificamente em 2009. A equipa é constituída pelos recorrentes Mina Murray (dos romances do Drácula) e Alan Quatermain (das Minas de São Salomão, obra bem conhecida dos portugueses), e pelo novo Orlando (de Virginia Woolf). No meio deste trio passeiam-se uma infinidade de outros personagens, todos ligados à literatura. A LOEG é um verdadeiro quebra-cabeças de "quem é este personagem?", "qual é este lugar?", algo que já era bem presente nos volumes anteriores e que continua. As referências passam despercebidas aos menos conhecedores (a mim passaram-me ao lado muitas), mas não em detrimento do apreciar da história como um todo. O enredo principal anda à volta de algo bastante comum em histórias de fantasia e de super-heróis, a da eventual ascensão de um anti-cristo, um ser demoníaco apocalíptico - existe mesmo uma referência deliciosa ao filme Rosemary's Baby de Roman Polanski. A descoberta de quem é este anti-cristo é, ao mesmo tempo, vintage Alan Moore e algo que irá irritar os fãs de um personagem da literatura muito famoso.
LOEG continua com o mesmo nível de qualidade e densidade dos anteriores volumes, sublinhando porque este é dos melhores escritores de BD de todos os tempos. Não é do nível de profundidade dramática e conceptual que, por exemplo, From Hell ou Promethea, mas faz ansiar pelo regresso não só de outros volumes deste conceito como também de algo bastante saudoso do mesmo autor: Top 10.
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