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A Levoir
decidiu continuar a publicação, ainda que longe de ser sequencial, do trabalho
que o escritor escocês Grant Morrison
dedicou ao Cavaleiro das Trevas e
que apenas muito recentemente acabou nos EUA. No segundo volume
desta coleção foram publicados os primeiros quatro capítulos desta saga
(Herança Maldita) e, com este Batman
Renascido, o conto continua mas muito depois dos eventos relatados na
anterior história. Entretanto, o Batman
original foi dado como morto às mãos de um deus louco (enquanto na realidade
andava a viajar pelo tempo) e foi-lhe concedido o respectivo funeral (ainda que
de forma desconcertante - vejam as duas últimas histórias do volume Herança Maldita escritas por Neil Gaiman e desenhadas por Adam Kubert).
Este volume começa exatamente após a
referida morte e funeral, quando um dos seus mais importantes discípulos, Richard Grayson, o primeiro Robin, decide envergar os paramentos do
mentor e amigo Bruce Wayne. Ao seu
lado na luta eterna contra o crime da cidade de Gotham, terá o filho de sangue de Batman, cuja existência foi revelada nos primeiros capítulos da
história engendrada por Morrison, e
que agora enverga a vestimenta e a herança que ele próprio iniciou, a do Robin. Estamos, portanto, sensivelmente
a meio da epopeia concebida pelo escocês e que, talvez um dia, tenhamos a sorte
de ver a Levoir completar.
Apesar deste complicado pedigree, o conjunto de duas histórias
que compõe este volume constituem-se como gloriosos exemplos da escrita de Morrison, que consegue
inscrever urgência no ritmo e diálogos da narrativa, sem contudo descurar quer
o bater do coração, quer o funcionamento do cérebro. Para isso é ajudado, na
primeira das histórias, por um dos seus mais usuais colaboradores, o desenhista
e também escocês Frank Quitely (já
vimos uma desta colaborações logo no primeiro volume da coleção, Liga da Justiça: Terra 2), e na segunda
por Billy Tan, cujo trabalho fica bastante
aquém do primeiro, mas que não deixa de imprimir um patamar de qualidade
agressivo a apropriado ao universo morissoniano.
Apesar de este ser um volume que
aparece um pouco desgarrado face ao contexto geral da macro-história, não deixa
de ser simultaneamente um exemplo da excelência da arte do artista escocês e da
versatilidade do arquétipo representado por Batman
e, já agora, do Robin também.
Nota – Não partilho da opinião que tem de se saber tudo para
acompanhar bem uma história. Parte da “magia” da BD americana reside na
descoberta posterior, na paciente reconstrução do puzzle. Mas para aqueles que
não têm tempo e paciência aqui fica este meu pequeno esforço.
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