Colecção DC Levoir/SOL – 2.º Volume: Batman e Robin

-->(Prometo tentar informar aos menos conhecedores de BD acerca da acessibilidade desta coleção, ou seja se é fácil ou não ler sem saber muito mais coisas)

Grau de acessibilidade: Médio para o fácil


Sai hoje, Sexta-feira, dia 6 de Dezembro, junto com jornal SOL e custa 8,9€


A Levoir decidiu continuar a publicação, ainda que longe de ser sequencial, do trabalho que o escritor escocês Grant Morrison dedicou ao Cavaleiro das Trevas e que apenas muito recentemente acabou nos EUA. No segundo volume desta coleção foram publicados os primeiros quatro capítulos desta saga (Herança Maldita) e, com este Batman Renascido, o conto continua mas muito depois dos eventos relatados na anterior história. Entretanto, o Batman original foi dado como morto às mãos de um deus louco (enquanto na realidade andava a viajar pelo tempo) e foi-lhe concedido o respectivo funeral (ainda que de forma desconcertante - vejam as duas últimas histórias do volume Herança Maldita escritas por Neil Gaiman e desenhadas por Adam Kubert). 
Este volume começa exatamente após a referida morte e funeral, quando um dos seus mais importantes discípulos, Richard Grayson, o primeiro Robin, decide envergar os paramentos do mentor e amigo Bruce Wayne. Ao seu lado na luta eterna contra o crime da cidade de Gotham, terá o filho de sangue de Batman, cuja existência foi revelada nos primeiros capítulos da história engendrada por Morrison, e que agora enverga a vestimenta e a herança que ele próprio iniciou, a do Robin. Estamos, portanto, sensivelmente a meio da epopeia concebida pelo escocês e que, talvez um dia, tenhamos a sorte de ver a Levoir  completar. 
Apesar deste complicado pedigree, o conjunto de duas histórias que compõe este volume constituem-se como gloriosos exemplos da escrita de Morrison, que consegue inscrever urgência no ritmo e diálogos da narrativa, sem contudo descurar quer o bater do coração, quer o funcionamento do cérebro. Para isso é ajudado, na primeira das histórias, por um dos seus mais usuais colaboradores, o desenhista e também escocês Frank Quitely (já vimos uma desta colaborações logo no primeiro volume da coleção, Liga da Justiça: Terra 2), e na segunda por Billy Tan, cujo trabalho fica bastante aquém do primeiro, mas que não deixa de imprimir um patamar de qualidade agressivo a apropriado ao universo morissoniano
Apesar de este ser um volume que aparece um pouco desgarrado face ao contexto geral da macro-história, não deixa de ser simultaneamente um exemplo da excelência da arte do artista escocês e da versatilidade do arquétipo representado por Batman e, já agora, do Robin também. 
Nota – Não partilho da opinião que tem de se saber tudo para acompanhar bem uma história. Parte da “magia” da BD americana reside na descoberta posterior, na paciente reconstrução do puzzle. Mas para aqueles que não têm tempo e paciência aqui fica este meu pequeno esforço.

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