Colecção DC Levoir/Público – 5.º Volume: Joker

(Prometo tentar informar aos menos conhecedores de BD acerca da acessibilidade desta colecção, ou seja se é fácil ou não ler sem saber muito mais coisas)

Grau de acessibilidade: Fácil

Sai amanhã, Quinta-feira, dia 8 de Agosto, junto com Público e custa 8,9€

O que podem ter nas mãos, com este quinto volume da coleção da Levoir/Público, é um clássico da literatura.

Estamos a falar da história pela qual todas as outras que protagonizaram o Joker e o Batman seriam julgadas - Batman, the Killing Joke. Publicada em 1988, reúne dois titãs, Alan Moore na escrita e Brian Bolland nos desenhos, naquele que seria o derradeiro contributo do primeiro às ordens da DC Comics (Alan Moore saíria acusando a editora de censura). Este conto, que define o termo qualidade nesta arte, relata um dos múltiplos confrontos entre estes dois personagens maiores da cultura popular do século XX, mas com complexidade psicológica e narrativa poucas vezes vista até à data. Este é o Joker de Alan Moore, não apenas o palhaço psicopata genocida, um vulcão de comportamentos caóticos, mas antes um acutilante comentador da sociedade, um pivot que, do alto da sua superioridade intelectual, tece diatribes julgadas insanas pelos comuns mortais, mas a quem a eternidade e a posteridade darão razão. Este Joker, à falta de melhor termo, é o super-vilão assassino filósofo e o Batman apenas vive no seu mundo.

O conto de Brian Azzarello (escrita) e Lee Bremejo (desenhos) é de 2008, e conta uma perspectiva diferente de Joker mas, ainda assim, emersa nas idiossincrasias dos autores e não apenas na imagem popular associada ao vilão. Este Joker é o complexo criminoso herdeiro de Moore e também um agente noir (como convém à escrita de Azzarello) da cidade rei desse estilo literário, Gotham City. Esta é uma história exclusiva de Joker e, a título de curiosidade, utiliza o mesmo efeito dramático dos lábios rasgados que Heath Ledger e Christopher Nolan utilizaram no seu Dark Knight. Azzarello afirmou, em entrevista, que a decisão de utilizar esse truque visual poderoso nada teve a ver com o filme, antes foi uma feliz coincidência (deixo ao critério de cada um tecer a sua versão deste acontecimento).

Nota final – Eu não partilho da opinião que se tem de saber tudo para acompanhar bem uma história. Parte da “magia” da BD americana reside na descoberta posterior, na paciente reconstrução do puzzle. Mas para aqueles que não têm tempo e paciência aqui fica este meu pequeno esforço.

2 comentários:

Nuno Amado disse...

Este é um dos livros que eu considero imprescindíveis nesta colecção, e ainda bem que foi incluído!
Já tinha a versão portuguesa da Devir, TPB de capa mole, mas estava mesmo para comprar/importar o Joker do Azarello em capa dura. Em boa hora veio o anúncio e esse livro já desapareceu da minha wishlist no Amazon.
:D

SAM disse...

É sem duvida daqueles que fazem falta a qq biblioteca que se preze. E nao fal apenad de biblioteca de fãs de BD. Eu tenho o capa dura o Azzarello e tenho uma versão bem antiga da Abril do Piada Mortal. ;-)