Colecção DC Levoir/Sol – 1.º Volume: Super-Homem


(Prometo tentar informar aos menos conhecedores de BD acerca da acessibilidade desta coleção, ou seja se é fácil ou não ler sem saber muito mais coisas)
Grau de acessibilidade: Fácil

Sai hoje, Sexta-feira, dia 29 de Novembro, junto com jornal SOL e custa 8,9€

A continuação da impressionante coleção da Levoir não poderia acontecer de melhor forma, com a edição em português de Portugal deste enorme marco na BD americana, a minissérie Man of Steel da autoria do escritor/desenhista John Byrne, a quem foi incumbido o privilégio de reacender a chama do mais importante dos super-heróis. Depois da saga Crise nas Terras Infinitas (já aqui referida exaustivamente e publicada nesta coleção) a DC Comics entregou a algumas das maiores mentes criativas da BD de meados da década de 80 a missão de reanalisar, pelo prisma da maturidade e modernidade, os seus mitos. A Frank Miller coube Batman e a George Pérez a Mulher-Maravilha (Levoir, para quando também estes?). O Super-Homem ficou a cargo de outra das superestrelas, o autor John Byrne, que já se havia destacado na Marvel com impressionantes trabalhos nos X-Men (em colaboração com o escritor Chris Claremont) e no Quarteto Fantástico (a solo), apenas para referir os mais conhecidos e emblemáticos.
Esta minissérie, esta re-imaginação (que referenciei no meu artigo da Maxim dedicado ao Super-Homem – leiam-no aqui), não esteve isenta de controvérsia, não só porque era dado um trabalho tão mediático a um habitual colaborador da Marvel, como foi ele o autor da maior reinvenção do mito de que há memória. Literalmente, o Super-Homem não seria mais o mesmo, com modificações que não eram tanto cosméticas (não ocorreu nenhuma alteração do uniforme, por exemplo, como aconteceu agora em 2011) mas mais profundas, filosóficas. Por um lado, o personagem despedia-se dos seus poderes quase divinos e, ainda que continuasse a ser o mais “poderoso” da tribo dos super-heróis (aberto a debate, claro), era agora infinitamente mais “humano”. Mas mais do que isto, a este Super-Homem dava-se maior relevância à sua herança terrestre, o lado Clark Kent, e menos ao alienígena, o lado Kal-El, circunstância sublinhada pelo facto de os pais adotivos ainda estarem vivos e de boa saúde, o que não acontecia no universo DC pré-Crise. O seu alter-ego Clark Kent passou a ser o lado verdadeiro do personagem enquanto, na versão anterior, o lado Super era o definidor da personalidade. Com esta simples modificação, Byrne afasta o super-herói do lado mítico e aproxima-o do leitor, humaniza-o, para usar um termo de senso-comum.
Os contributos não se limitaram a isto. A relação entre o Super-Homem e o Batman altera-se profundamente, passando a serem antagonistas filosóficos, ainda que aliados. Esta modificação não é um original de Byrne, antes foi introduzida por Frank Miller na emblemática história Dark Knight Returns, mas é o autor da minissérie Man of Steel que a incorpora na narrativa do universo e da continuidade regular deste novo Universo da DC. Outra modificação ocorre com Lex Luthor, o maior inimigo do personagem mas, sinceramente, deixo para descobrirem na leitura deste volume. Apenas posso referir que a versão pré-Crise do personagem Luthor era a do vilão típico, um sociopata com almejos de conquista mundial, conseguidos através de escabrosos e rocambolescos esquemas. A versão pós-Crise é mais realista e maquiavélica. 
Leitura muito fácil e essencial.

4 comentários:

Optimus Primal disse...

Classico :D

SAM disse...

Um enorme clássico. Correndo o risco de ofender, é o meu super-homem. LOL

Nuno Amado disse...

Só o posso comprar mais logo!
É um grande clássico que eu apenas li nos formatinhos. Logo à noite relembrarei este clássico de qualidade (porque existem clássicos que são completamente atrozes...)
:D

SAM disse...

Nuno, o meu já cá canta. LOL Eu tb tenho no saudoso formatinho da abril e a versão original que comprei como pechincha no ebay. Tão bom.