Colecção DC Levoir/Público – 17.º Volume: Lanterna Verde


(Prometo tentar informar aos menos conhecedores de BD acerca da acessibilidade desta coleção, ou seja se é fácil ou não ler sem saber muito mais coisas)
Grau de acessibilidade: Fácil

Sai amanhã, Quinta-feira, dia 31 de Outubro, junto com Público e custa 8,9€

O Lanterna Verde foi dos poucos personagens da editora de BD americana, a DC Comics, a conseguir ser adaptado para cinema além do Super-Homem e Batman, num filme recente protagonizado por Ryan Reynolds no papel titular. A encarnação focada nesta película, a do polícia intergaláctico munido de um anel que já foi descrito como “uma máquina de fazer desejos”, já existe desde finais da década de 50, mas o nome Lanterna Verde remonta aos anos da 2.ª Guerra Mundial, numa encarnação um pouco diferente. Contudo, foi a versão de Hal Jordan aquela que tem vingado ao longo destas últimas cinco décadas, a do piloto de aviões irresponsável que se vê parte de um corpo de polícia à escala cósmica e munido de uma das mais poderosas armas do Universo da DC.
Como é normal nestas coisas da BD americana, foram muitos os criadores que puseram a imaginação a trabalhar para dar vida a este personagem, mas aquele que parece ter deixado a marca mais indelével foi Geoff Johns, que escreveu Hal Jordan e o Corpo de Lanternas Verdes entre 2004 e 2013, numa das mais prolíficas e interessantes fases da vida do Gladiador Esmeralda (um dos epítetos do personagem). Johns deu corpo e substância a uma mitologia que, ainda que já tivesse muitos elementos, viria a tornar-se numa das mais plurais, ricas e imaginativas da BD americana. O escritor já tinha dado provas de que aproveitava o melhor que o passado oferecia, construindo a partir deste um presente e futuro empolgantes, mas com o Lanterna Verde superou todas as expectativas e deu origem a uma run (conjunto de histórias com um mesmo criador a trabalhar num mesmo personagem) que é já considerada histórica.
A coleção deste volume da Levoir inclui uma história que Johns escreveu sensivelmente no final do primeiro terço da sua run e reconta a origem de Hal Jordan como Lanterna Verde, dando-nos uma nova perspetiva do encontro com o extraterrestre que lhe confere o anel mas, acima de tudo, da mente e do passado do homem por detrás da máscara de super-herói. Nestas coisas dos homens e mulheres com superpoderes, problemas com os pais, quer seja pela sua morte, quer seja pela sua vida, são quase sempre uma das partes essenciais do mito, tão forte quanto a identidade secreta ou o uniforme colorido. Geoff Johns fornece um novo ponto de vista sobre a personalidade de Hal Jordan, que evolui devido a problema com os progenitores, neste caso o Pai, e este volume é (também) sobre este aspeto.
A história aqui incluída é verdadeiramente fácil de ser seguida e constitui uma introdução ao personagem bem mais interessante que a contada no filme. Além disso, tem o bónus de ser desenhada pelo brasileiro Ivan Reis, que possui um dos atuais melhores traços na BD de super-heróis.
Nota – Não partilho da opinião que tem de se saber tudo para acompanhar bem uma história. Parte da “magia” da BD americana reside na descoberta posterior, na paciente reconstrução do puzzle. Mas para aqueles que não têm tempo e paciência aqui fica este meu pequeno esforço.

2 comentários:

Optimus Primal disse...

Traduzir CORPS para CORPO é uma tradução tão má.Mas a História é boa mas não tanto boa como os a versão pós crise.

SAM disse...

Obrigado pelo comentário.

Traduções são sempre arriscadas.

Presumo que estejas a falar de Emerald Dawn I e II? Confesso que li há anos demais para me recordar. Um dia destes vou dar uma olhada nos meus brasileiros para ver se partilho da opinião.

De qq modo, sou um fã da run do Geoff Johns.