Coleção Levoir/Público Marvel 2014 – 13.º Volume: Vingadores

(Prometo informar os menos conhecedores acerca da acessibilidade desta coleção de BD, ou seja, se é fácil ou não ler sem saber mais coisas)

Grau de acessibilidade: Difícil mas...

Sai amanhã, Quinta-feira, dia 2 de Outubro, junto com Público e custa 8,9€



Os Vingadores de Brian Michael Bendis. Em posts anteriores já falei deste escritor, que conseguiu ressuscitar das cinzas este famoso grupo de super-heróis da Marvel ao fazer algo que, não sendo incomum na BD americana, foi, sem sombra de dúvidas, eficiente. Destruiu o antigo e criou um novo. Os Vingadores estavam chatos e previsíveis (ou melhor, mal escritos) e os seus Novos Vingadores eram surpreendentes e inesperados: nova equipa; adição de personagens até então de difícil associação a este grupo, o Homem-Aranha e Wolverine; novas ameaças. Mas tudo tem de acabar e Cerco, o trabalho compilado neste volume da Levoir, foi a conclusão de vários anos de Bendis nos seus Novos Vingadores (ou, pelo menos, o primeiro fim).

Num número anterior desta colecção, Invasão Secreta, a última página revelava que o salvador do mundo, Norman Osborn, que o governo americano havia recrutado como o novo director máximo de segurança, estava junto com alguns dos maiores inimigos dos heróis da Marvel, num conclave cujo propósito era óbvio. Entre o fim desta Invasão e Cerco foram contadas várias histórias, que não só envolveram os Novos Vingadores de Bendis como também os Vingadores Negros, equipa composta por novas iterações de heróis como Wolverine, Homem-Aranha, Ms. Marvel, etc, e liderados por Norman Osborn, o Patriota de Ferro. Não só Osborn assumia o papel de supremo defensor da liberdade, ao vestir uma armadura ao estilo do Homem-de-Ferro onde assumia as cores do Capitão América (que ainda estava morto nesta altura), como debaixo dos uniformes das novas versões dos Vingadores estavam vilões psicopatas. Este era o novo paradigma de heroísmo e liberdade no universo da Marvel pós-Invasão Secreta.

Cerco não é nada mais que o regresso dos heróis. Do Capitão América. Do Homem-de-Ferro. Do Thor. Desta santíssima trindade da Marvel e dos "verdadeiros" Vingadores. Desta forma, Bendis completa a seu arco de vários anos na mais importante equipa da editora de BD, com o regresso daquilo que ele "destruiu". O escritor continuaria a escrever os Vingadores durante mais dois anos mas não com o impacto e propósito que conseguiu nesta mega-saga. Só é pena que, em Portugal, tenhamos visto apenas os marcos mais relevantes. Quem sabe um dia tenhamos o resto.


Nota – Não partilho da opinião que tem de se saber tudo para acompanhar bem uma história. Parte da “magia” da BD americana reside na descoberta posterior, na paciente reconstrução do puzzle. Mas para aqueles que não têm tempo e paciência aqui fica este meu pequeno esforço.

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