Captain America: Winter Soldier de Joe Russo e Anthony Russo (Capitão América: O Soldado do Inverno)

Eu gostava de poder dizer que adorei este filme. Infelizmente, não o posso. Justiça seja feita, também não posso afirmar que não atingiu totalmente as (elevadas) expectativas. Que estava tudo mal. Que não entreteu. Não é, de todo, verdade. Teve momentos bastante bons, entreteve, mas faltou, acima de tudo, alguma contenção por parte de quem escreveu a história.

Para quem entende destas coisas da BD, sabe que o titulo do filme vem do início de uma das mais elogiadas fases do herói, escrita por Ed Brubaker e desenhada por Steve Epting. O conjunto de histórias pelas quais estes dois autores ficariam conhecidos e que culminaram na muito mediática morte do personagem titular, iniciou-se exatamente com um volume chamado The Winter Soldier.  Ora é aqui que a coisa começa mal. Apesar de um ou outro pormenor ser fiel ao original, em muitos outros distancia-se. Antes que os que não são fãs comecem a pensar “Lá estão os cromos da BD!”, a minha critica não tem nada a ver com o afastamento em relação à obra. Nota-se o amor que é já apanágio de todos os filmes que vêm da Marvel. O mal vem de tentarem colocar histórias a mais, ficando um todo demasiadamente “ocupado”. Existem demasiadas coisas a acontecer, sem que muitos pormenores sejam devidamente explorados com calma e descontração. A meu ver, a história que dá titulo ao filme acaba por ser uma nota de pé de página. Tudo o resto que acontece é bastante mais importante – e obviamente que não o vou revelar aqui. Este excesso de bagagem acaba por prejudicar o filme, que fica sem um centro profundamente definido. Mesmo a mensagem central (segurança vs. liberdade) desaparece no meio da pirotecnia (sim, os efeitos especiais são abundantes... talvez demais), da grandiloquência e, uma vez mais, da história demasiadamente ocupada.

Ainda assim, existem momentos fortes no filme. Não apenas daqueles dedicados aos fãs, mas também para todos os restantes. Aparecem vários personagens da mitologia do Capitão América que são sempre deliciosos de ver na tela gigante. A Viúva Negra de Scarlett Johansson merece urgentemente um filme. A energia supranatural física do Capitão é muito bem explorada, mostrando claramente tratar-se de um ser num apogeu desconcertante para o comum dos mortais.


Em suma, um filme que entretém mas não deslumbra. Não como, para mim, aconteceu com o Thor e os Vingadores. 

2 comentários:

Nuno Amado disse...

Olha, eu gostei do filme.
:)
Como não li esse arco (Winter Soldier) não tive esse problema.
:D

SAM disse...

As minhas reservas para com o filme não tiveram tanto a ver com o facto de ser mais ou menos parecido com o livro. Eram mais com o facto de a história ser demasiado ocupada. Muita coisa a acontecer. De qq modo entreteve-me q.b. ;-)