(leiam anteriores Ler Sem Medo do Demolidor aqui)
Esta deambulação pela leitura essencial do Demolidor está longe de acabar, mas a aquisição recente deste The End of Days, que conta a última das histórias do personagem, é demasiado urgente para deixar passar.
Esta deambulação pela leitura essencial do Demolidor está longe de acabar, mas a aquisição recente deste The End of Days, que conta a última das histórias do personagem, é demasiado urgente para deixar passar.
A Marvel tem por
hábito contar a derradeira história de alguns dos seus mais famosos
personagens. Uma espécie de ponto final na interminável telenovela. Ao longo
dos anos têm-no feito para alguns dos nomes mais conhecidos, geralmente
recorrendo aos artistas mais emblemáticos que trabalharam nos mesmos. Para o Quarteto Fantástico até fizeram duas,
uma escrita e desenhada por Alan Davis (na minha opinião a melhor), e uma
segunda, escrita por um dos criadores, Stan Lee, e desenhada pelo não menos
lendário John Romita JR. Os X-Men
foram alvo de um gigantesco épico (que não li) fruto da imaginação do homem por
detrás do todo o sucesso dos mutantes mais famosos do mundo, o inimitável Chris
Claremont.
Chegou a vez do Demolidor, que caiu nas mãos de cinco dos
seus mais importantes artistas: Brian Michael Bendis; David Mack; Klaus Janson;
Bill Sienkiewicz; Alex Maleev. Infelizmente, não foi possível ter a presença do
“mestre-absoluto-do-Demolidor”, Frank Miller, mas Klaus Janson, o desenhista
principal de The End of Days, marcou
a comparência dessa saudosa fase, já que ele colaborou com Miller. Com estes
nomes será que a entrega esteve de acordo com a promessa? Na minha opinião, a
resposta é um enorme sim.
Não vou, de modo algum, estragar o prazer da surpresa de
folhear, desde a primeira à última página, cada novo evento cuidadosamente
inserido para fazer jus à enorme história que este personagem tem construído ao
longo de 5 décadas. Mas posso adiantar que todos e (principalmente) todas as
suspeitas do costume fazem parte da tapeçaria. Sim, as mulheres. Aquelas que foram
a mais importante constante na vida de Matt Murdock, desde a mãe até à
assassina que foi o primeiro grande amor de Demolidor, Elektra Natchios. Por
aqui passam, além destas duas, Natasha Romanoff, a Viúva Negra (agora bastante
conhecida por ser interpretada nos filmes dos Vingadores por Scarlett Johansson), Typhoid Mary, Echo, etc. Cada qual
uma peça no puzzle imenso que foi a conturbada vida do Homem sem Medo.
Também aqui estão os vilões, mas apenas os essenciais: o
Kingpin; Bullseye; Gladiador; a organização secreta ninja de nome A Mão. E,
finalmente, um dos seus maiores amigos, Ben Urich, o repórter do Clarim Diário incumbido de uma missão
pessoal bastante importante para a história deste The End of Days.
Estamos na posse de uma novela onde os artistas dão forma a
uma ode ao amor que nutrem por um personagem que tanto marcou as suas
carreiras. Uma espécie de quid pro quo.
O Demolidor permitiu que alguns tivessem uma carreira impressionante. Eles
decidem dar-lhe um remate final apropriado, de qualidade inquestionável. Uma
gigantesca obra que permite algo tão pouco comum na BD americana, algo apenas
reservado a alguns personagens e a alguns autores: um fecho; um puxar de cortinas.
Lidas todas as anteriores histórias do Demolidor, esta é um mais que apropriado
“The End”.
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