Colecção DC Levoir/SOL – 3.º Volume: Novos Titãs


(Prometo tentar informar aos menos conhecedores de BD acerca da acessibilidade desta coleção, ou seja se é fácil ou não ler sem saber muito mais coisas)
Grau de acessibilidade: Difícil mas…
Sai Sexta-feira, dia 13 de Dezembro, junto com jornal SOL e custa 8,9€

Para desenjoar um pouco, a Levoir afasta-se dos dois maiores ícones da DC Comics e decide-se por nomes menos conhecidos do mainstream, à semelhança do que já tinha feito na coleção anterior. Desta vez, a sorte coube aos Novos Titãs, a equipe de adolescentes por excelência da editora, para onde não só gravitam os vários discípulos dos grandes nomes da Liga da Justiça, como funciona como campo de treino para futuras membros desta, a maior equipe de super-heróis do Universo DC. Contudo, como qualquer adolescente que se preze, a rebeldia contra figuras paternais de qualquer espécie é uma obrigatoriedade, mesmo que essas figuras sejam o Super-Homem, o Batman, a Mulher-Maravilha, e estes Novos Titãs não escaparam ao lugar-comum.
Nascida na década de 60, a equipa teve várias encarnações, a mais conhecida nascida em 1980 pelas mãos e mentes de Marv Wolfman e George Pérez, os mesmos da Crise nas Terras Infinitas, tornando-se desde cedo no maior êxito da DC Comics e dos comics da época, apenas superados em vendas pelos X-Men da Marvel. Esta foi também a época de mais sucesso para a equipa de adolescentes, tendo a fama decrescido depois da saída do desenhista Pérez, mas existindo sempre uma versão dos Titãs nos relatos do Universo DC. Esta encarnação, cuja primeira aparição é a incluída neste volume, a escrita por Geoff Johns e desenhada por Mike McKone, apesar de nunca atingir os mesmos níveis de fama e sucesso não só comercial como de crítica que a de 1980, não deixou de funcionar como uma homenagem à concebida por Wolfman e Pérez, uma mistura de nostalgia e mercantilismo tão típico da BD americana. Os dois autores desta versão moderna vão buscar membros às variadas encarnações dos Titãs, nomeadamente à já referida, em que três dos mentores dos adolescentes são aqueles que uma vez também o foram, e a uma mais recente, a Young Justice, onde se juntavam os discípulos de Super-Homem, Batman, Mulher-Maravilha e Flash, o Superboy, Robin, Wonder Girl e Impulse, respetivamente.
Deste modo, Johns vai buscar, por um lado, a missão original dos Titãs, a do clube onde os jovens membros da equipa tentam ter uma vida própria fora da sombra dos gigantes que são os sues mentores e, por outro, piscar o olho á mais conhecida das versões. Acompanhado pelo traço comercial e apelativo de Mike McKone esta tornou-se num relativo sucesso de vendas que, contudo, acabou relativamente cedo, já que ambos os criadores acabariam por abandonar a revista parcos 2 anos depois – isto tendo em consideração que Pérez e Wolfman partilharam cerca de cinco anos da sua vida com a sua versão ou que Peter David e Todd Nauck dedicaram outros tantos a Young Justice.
Nota – Não partilho da opinião que tem de se saber tudo para acompanhar bem uma história. Parte da “magia” da BD americana reside na descoberta posterior, na paciente reconstrução do puzzle. Mas para aqueles que não têm tempo e paciência aqui fica este meu pequeno esforço.

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