Colecção DC Levoir/Público – 8.º Volume: Universo DC


(Prometo tentar informar aos menos conhecedores de BD acerca da acessibilidade desta coleção, ou seja se é fácil ou não ler sem saber muito mais coisas)

Grau de acessibilidade: Difícil mas…

Sai amanhã, Quinta-feira, dia 29 de Agosto, junto com Público e custa 8,9€

Nota – Não partilho da opinião que tem de se saber tudo para acompanhar bem uma história. Parte da “magia” da BD americana reside na descoberta posterior, na paciente reconstrução do puzzle. Mas para aqueles que não têm tempo e paciência aqui fica este meu pequeno esforço.

Desta vez tive de colocar de início a nota que apenas aparecia no fim destes artigos. A razão é simples: foi mais ou menos na Crise nas Terras Infinitas, a mega saga a ser lançada nestas próximas duas quintas-feiras, que fui apresentado ao Universo de super-heróis da DC. E não me fez confusão quase nenhuma. É verdade que nunca tinha ouvido falar da maior parte dos personagens que apareciam, mas isso não foi impedimento para usufruir da história. Pelo contrário! Com o passar dos anos tornou-se num dos incontornáveis momentos da infância enquanto leitor de BD.

A DC Comics estava a festejar os seus 50 anos por volta de 1985 e decidiu reestruturar o universo de super-heróis e torná-lo mais fácil de entender. Ao longo das últimas 5 décadas haviam-se acumulado diferentes versões do Super-Homem, Batman e Mulher-Maravilha, cada uma habitando uma Terra diferente. Cada Terra residia num universo diferente, contribuindo para uma tapeçaria que foi apelidada de multiverso. Um multiverso infinito. Existia a Terra-1 (a atual), a Terra-2 (onde viviam o Super-Homem, Mulher-Maravilha e Batman originais, os da década de 40), Terra-X, Terra-S, etc. Segundo os donos da DC, tudo isto era confuso demais e decidiram incumbir a equipa criativa mais famosa à altura de simplificar o multiverso e reduzir as terras infinitas a apenas uma única. A equipa foi Marv Wolfman como escritor e George Pérez como desenhista e assim nasceu a primeira saga verdadeiramente apocalíptica da mitologia dos super-heróis: Crise nas Terras Infinitas.

Universos morreram, biliões de almas foram condenadas ao esquecimento. Deuses pereceram em batalhas titânicas e o destino da realidade esteve nas mãos de todos os super-heróis do cardápio ao dispor da DC. O vilão responsável, o Anti-Monitor, movia-se numa escala inaudita à data. A palavra Mal não era suficientemente grande para o descrever. Tudo isto servido em doses mensais e durante 1 ano. Não houve, até hoje, mais nenhuma história desta dimensão nem com as repercussões que teve. Continua a ser uma referência emocional para muitos leitores de BD e, caso não tenham percebido, eu sou um deles. Mesmo que a qualidade não tenha amadurecido muito bem com o passar do tempo, continua a ser um marco histórico na banda desenhada americana.

Não é, decididamente, para todos os gostos porque acaba por ser uma história pura de super-heróis. Aqui não existem subtextos ou meta-textos. Esta é a história que a meta-literatura usa como referencial. E eu, sempre que posso, releio.

O primeiro volume saiu na semana anterior.

Sem comentários: