(Prometo tentar
informar aos menos conhecedores de BD acerca da acessibilidade desta coleção,
ou seja se é fácil ou não ler sem saber muito mais coisas)
Grau
de acessibilidade: Difícil mas…
Sai amanhã, Quinta-feira, dia 22 de Agosto, junto com
Público e custa 8,9€
Nota – Não partilho da opinião que tem de se saber tudo para acompanhar bem uma
história. Parte da “magia” da BD americana reside na descoberta posterior, na
paciente reconstrução do puzzle. Mas para aqueles que não têm tempo e paciência
aqui fica este meu pequeno esforço.
Desta vez tive de colocar de início a nota que apenas
aparecia no fim destes artigos. A razão é simples: foi mais ou menos na Crise
nas Terras Infinitas, a mega saga a ser lançada nestas próximas duas
quintas-feiras, que fui apresentado ao Universo de super-heróis da DC. E não me
fez confusão quase nenhuma. É verdade que nunca tinha ouvido falar da maior
parte dos personagens que apareciam, mas isso não foi impedimento para usufruir
da história. Pelo contrário! Com o passar dos anos tornou-se num dos
incontornáveis momentos da infância enquanto leitor de BD.
A DC Comics estava
a festejar os seus 50 anos por volta de 1985 e decidiu reestruturar o universo
de super-heróis tornando-o mais fácil de entender. Nas últimas 5
décadas haviam-se acumulado diferentes versões do Super-Homem, Batman e Mulher-Maravilha, cada uma habitando uma Terra
diferente. Cada Terra residia num universo diferente, contribuindo para uma
tapeçaria que foi apelidada de multiverso. Um multiverso infinito. Existia a
Terra-1 (a atual), a Terra-2 (onde viviam o Super-Homem,
Mulher-Maravilha e Batman originais, os da década de 40), Terra-X, Terra-S,
etc. Segundo os donos da DC, tudo isto era confuso demais e decidiram incumbir
a equipa criativa mais famosa à altura de simplificar o multiverso e reduzir as
terras infinitas a apenas uma única. A equipa foi Marv Wolfman, como escritor, e George
Pérez, como desenhista, e assim nasceu a primeira saga verdadeiramente
apocalíptica da mitologia dos super-heróis: Crise nas Terras Infinitas.
Universos morreram, biliões de almas foram condenadas ao
esquecimento. Deuses pereceram em batalhas titânicas e o destino da realidade
esteve nas mãos de todos os super-heróis do cardápio ao dispor da DC. O vilão
responsável, o Anti-Monitor, movia-se numa escala inaudita à data. A palavra
Mal não era suficientemente grande para o descrever. Tudo isto servido em doses
mensais e durante 1 ano. Não houve, até hoje, mais nenhuma história desta
dimensão nem com as repercussões que teve. Continua a ser uma referência
emocional para muitos leitores de BD e, caso não tenham percebido, eu sou um
deles. Mesmo que a qualidade não tenha amadurecido muito bem com o passar do
tempo, continua a ser um marco histórico na banda desenhada americana.
Não é, decididamente, para todos os gostos porque acaba por
ser uma história pura de super-heróis. Aqui não existem subtextos ou
meta-textos. Esta é a história que a meta-literatura usa como referencial. E
eu, sempre que posso, releio.
O segundo volume sai na próxima quinta-feira, dia 29 de
Agosto.
6 comentários:
Quando comecei a ficar já um pouco farto da Marvel, decidi que tinha de entrar no Universo DC. E foi por aqui que comecei. Investiguei qual a melhor maneira de entrar neste Universo e toas as pessoas que conheciam bem DC me disseram: lê as "Crises" todas por ordem cronológica. Depois disso poderás comprar o que quiseres dos heróis que quiseres que nunca te vais sentir "perdido".
Assim comprei Crisis on the Infinite Earths! A primeira (mas não a melhor) Crise!
E foi também o meu primeiro Absolute...
:D
A melhor "Crise" na minha opinião, e também um dos melhores livros de BD que eu conheço, é Identity Crisis!
(Que também vai sair nesta colecção)
;)
É daquelas coisas que ou se ama ou se odeia, principalemnte se o leitor fôr de fora da BD. Eu sou dos que adora, mas reconheço que tenho a linguagem assimilada e interiorizada. Gostava, contudo, que mais pessoas tivessem o prazer de a ler e a descobrir.
Por acaso só tenho metade da saga a 2 parte num tpb sc zuca que arranjei numa banca,vale mais pelo desenho e a morte do Flash.
Quando comecei com Dc a crise era bem antiga foi na epoca da outra megasaga a Invasão,claro que li Batman Ano 1 e Man of Steel em compilação em formatinho o 2.
Optimus, obrigado pelo comentário.
Sou um fã da Crise e de algumas das que se seguiram (tal como o Nuno, gosto muito da Crise de Identidade ;-). Reconheço que tem falhas de enredo e de qualidade de história, mas sou um tendencioso quando se fala de sagas épicas cósmicas. Adoro-as! E esta foi das minhas primeiras.
Estou com alguma vontade de a reler em português.
Pedro, é este o livro de quem falaste esta tarde?
Yep, foi.
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