O que acontece quando uma mulher fatal é de
facto mortífera no sentido mais literal da palavra? Imagino que tivesse sido
essa a questão por detrás do conceito deste Fatale,
BD de terror noir (se é que isto não
é um pleonasmo) concebida pela já lendária parelha de Brubaker e Phillips.
A narrativa vai navegando pelo tempo, ora
focando os finais da década de 70, ora o passado mais recente, e centra-se numa
mulher, a dita Fatal, que não escolhe sê-lo, antes está a condenada a essa
tragédia. Existem homens que inevitavelmente e sem escolha própria, são
atraídos para a sua beleza, para o seu sexo, e enredados de forma muitas vezes
mortal na vida demoníaca da protagonista. Sim, porque os autores misturam a
novela noir, com os seus lugares
comuns e clichés, num outro universo temático, o de terror, com resultados que
só poderiam ser impressionantes, tendo em consideração a proximidade dos
géneros e o trabalho destes dois autores.
Este volume continua a saga do personagem
principal de uma forma que não necessita da leitura do volume anterior para se
perceber a história (mas tendo em conta a qualidade acho que vale a pena procurá-lo).
O que conta é a qualidade da escrita e os desenhos de ambiente soturno,
degradante e aterrador, que funcionam, como é apanágio de Phillips, em plena concordância com os verbos de Brubaker. Como é possível que um parceria
que já nos trouxe Sleeper, Crimimal e Incognito continue a funcionar desta maneira?
2 comentários:
Já ouvi falar muito bem desta série. O vol.3 sai daqui a poucos dias. Ainda não sei se me vou meter nela...
;)
Olá, Nuno. depende dos teus gostos. Eu gosto imenso da linguagem noir e especialmente do que o Brubaker e Phillps fazem com ela.
Não sei se leste Sleeper, Criminal ou Incognito.
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