Colecção DC Levoir/Público – 2.º Volume: Batman, Herança Maldita


(Prometo tentar informar aos menos conhecedores de BD acerca da acessibilidade desta colecção, ou seja se é fácil ou não ler sem saber muito mais coisas)

Grau de acessibilidade: Fácil

Sai Quinta-feira, dia 18 de Julho, junto com Público e custa 8,90€

Grant Morrison está em grande nesta coleção da Levoir. Desta vez a editora escolheu publicar os primeiros capítulos de uma saga que está neste momento a concluir nos EUA. Trata-se da (re)introdução do filho do herói, Damien Wayne, que nasceu de uma relação com a filha de um dos seus maiores inimigos, Ra’s Al Ghul, personagem que apareceu no primeiro filme de Christopher Nolan na pele de Liam Neeson. A filha é Talia que, por sua vez, foi interpretada por Marion Coutillard no final da trilogia do realizador e, tal como no filme, na história de Morrison tem uma agenda que está longe de ser benéfica para o amante.

Uma das curiosidades deste volume é que a história do Filho de Batman poderia ser lida após o volume 9 desta coleção, a Saga de Ra’s Al Ghul, onde é contado o primeiro confronto entre os dois adversários e a concepção de Damien. Contudo, este segundo livro pode ser acompanhado sem a leitura do nono.

As outras duas histórias que acompanham este volume são escritas pelo grande Neil Gaiman, autor de umas das melhores obras da BD até hoje publicadas, Sandman, e relatam o velório e funeral de Batman, acompanhando, num ambiente onírico típico do autor,  as dedicatórias que amigos, inimigos e companheiros dedicam ao personagem. Segue na linha de outra homenagem feita em 1986 por Alan Moore e Curt Swan ao Super-Homem e de nome Whatever Happened to the Man of Tomorrow? (leiam na Maxim o que escrevi sobre esta história). Esta apelida-se Whatever Happened to the Caped Crusader? e apesar de seguir uma linha narrativa bastante diferente daquela da história em que se inspira, não deixa de ser uma justa carta de amor a um dos mais reconhecidos ícones da BD e da cultura popular norte-americana do século XX.

A completar a equipe criativa temos os desenhos de Andy Kubert, filho e irmão de duas lendas da ilustração na BD americana e que, neste volume, revela a sua capacidade para não só ilustrar a ação “maior-que-a-vida” típica de super-heróis escritos por Morrison, mas também o ambiente difuso e surrealista a que o conto de Gaiman obriga.


Nota final – Eu não partilho da opinião que se tem de saber tudo para acompanhar bem uma história. Parte da “magia” da BD americana reside na descoberta posterior, na paciente reconstrução do puzzle. Mas para aqueles que não têm tempo e paciência aqui fica este meu pequeno esforço.

Sem comentários: