Num mundo de quase 7,5 mil milhões de pessoas não seria de esperar que estivéssemos a afastar-nos cada mais uns dos outros. Num mundo da Internet, do Facebook, do Instagram, do Whatsapp, de uma cada vez mais rápida comunicação, não seria de esperar que passássemos cada vez mais tempo sozinhos. Podemos contactar à velocidade da luz com um amigo que está do outro lado do oceano e temos tanta dificuldade em encontrar aquele que está a 15 minutos a pé. Nunca um ser humano teve tanto acesso a tanta informação e, ainda assim, há cada vez mais espaço para a desinformação. Alan Moore, o renomado autor de BD, disse que vivemos numa "cultura de vapor", onde a velocidade de produção de conhecimento e de informação afasta-nos, cada vez mais, do sólido, e torna efémeras, vaporosas, a atenção e a dedicação. A brilhante e relevante BD de Nick Dranso, Sabrina, é uma reflexão pesada e compassada deste século, deste ano e, provavelmente, de todos os próximos.