Colecção Harley Quinn da Levoir vol. 1: À solta na cidade de Jimmy Palmiotti e Amanda Conner

Muitas foram as personagens da BD dos EUA que não começaram nas páginas da 9.ª Arte. Desde os remotos dias das emissões de rádio do Super-Homem na década de 40 que mitologias eram inventadas em outros meios que não o papel e só anos depois passavam para as tiras coloridas dos livros aos quadradinhos. Harley Quinn foi uma delas. A conhecida como "a namorada do Joker" começou na lendária série de TV Batman The Animated Series e no episódio Joker's Favor (setembro de 1992). O que a princípio era para ser apenas uma aparição fugaz, muito graças à força do conceito criado por Paul Dini e Bruce Timm e à voz maravilhosa e única que Arlee Sorkin criou para a Harley, transformaram-na num dos conceitos eternos associados à mitologia do Homem-Morcego. Tão eterno e tão poderoso que existe quem diga que a Santíssima Trindade da DC é agora um quarteto. Quem diria que a vilã apaixonada pelo psicopata obcecado pelo Batman estaria ao lado deste, da Mulher-Maravilha e do Super-Homem?

A primeira vez que a Dra. Harley Quinzel aparece nas páginas da BD é em 1994 e escrita pelo seu criador, Paul Dini, que escolhe contar a trágica transformação de uma pacata psicóloga na psicopata apaixonada pelo Joker. Chamou-lhe (apropriadamente) Mad Love e ganhou um Eisner com esse livro (já publicado pela Levoir). Serão necessários mais uns anos para que Harley migre definitivamente para o universo "normal" de super-heróis da DC. Isto acontece no especial Batman: Harley Quinn, parte de um mega-evento de 1999 chamado No Man's Land - a premissa sendo que Gotham City é isolada do mundo pelo governo dos EUA e passa a ser uma terra sem lei. Finalmente, entre 2001 e 2003, consegue a primeira revista a solo, onde usa o uniforme criado pelos criadores originais do desenho animado e começa a lenta caminhada para transformar-se na princesa da DC (claro que a rainha é a princesa Diana de Themyscira, a Mulher-Maravilha... esperem! A rainha é uma princesa e a criminosa é a princesa? Esta analogia não é lá muito feliz).

Em 2011 a DC decide reiniciar o seu universo de super-heróis do zero e aposta numa nova revista a solo para Harley. A esse "reboot" a editora chama Novos 52 que é onde se passa a fase da anti-heroína que têm em mãos hoje junto com o jornal Público. Com um uniforme mais risqué e escrita por Jimmy Palmiotti e Amanda Conner, a namorada do Joker será catapultada para fora da sombra do companheiro e para o estrelato que merece.

Em baixo segue um pequeno resumo do primeiro volume desta colecção de três e alguns previews.

Harley Quinn: À solta na cidade 

Como é que uma rapariga se pode descobrir a si mesma no meio da confusão do Universo DC? Nada mais fácil que falar com os artistas que a desenham e escrevem, e impor algumas regras! Esta aventura surreal ilustrada por alguns dos maiores nomes dos comics, dá o ponto de partida para a nova vida de Harley Quinn, escrita por Jimmy Palmiotti e Amanda Conner. No início desta nova série, Harley herda de um dos seus pacientes no Asilo Arkham um prédio de habitação e comércio em Coney Island, Nova Iorque, o que lhe dá a oportunidade perfeita de recomeçar a vida longe de Gotham e do Joker.

Mas os impostos e os custos de manutenção do edifício são elevados e as rendas pagas pelos peculiares inquilinos não cobrem estes custos, o que obriga Harley a voltar a trabalhar como psiquiatra num lar de idosos de dia, e integrar uma equipa de Roller Derby à noite, para poder pagar as contas. Se a isto juntarmos os inúmeros assassinos que aparecem, atraídos por uma recompensa de dois milhões de dólares pela sua cabeça e uma rede de antigos espiões do KGB, que vai ajudar Sy Borgman, um agente reformado da CIA, a desmantelar, vemos que a nova vida de Harley está bastante preenchida.





3 comentários:

Optimus Primal disse...

Tanta fixação nos velhos 52!Rebirth não mexem nem nas bds clássicas ou nas boas bds do pós-crise.

SAM disse...

Obrigado pelo comentário.

Acho uma boa intenção porque as historias são agradáveis e arejadas. sem grandes pretensões a não ser a diversão.

Mas se quer ver Rebirth publicado deve fazer valer a sua opinião junto da Levoir. Eles agradecem

Optimus Primal disse...

Não se adianta quase toda a gente quando a Panini largou a distribuição contava com Rebirth.nao com reedições Hc do que compraram nas mensais (eu nao comprei) ou mesmo tpbs idênticos a este via Panini br.(saíram 2 volumes para as bancas).
A Levoir precisava ser mais goody marvel e largar o hc,