Secret Wars (2015), a sexta semana


As últimas páginas do primeiro número de Secret Wars oferecem uma derradeira e devastadora cena: a destruição completa dos universos principal e Ultimate da Marvel. No lugar destes aparece um novo mundo, uma manta de retalhos constituída por eras e universos díspares, roubados do defunto multiverso. A esse mundo deu-se o nome de Battleworld. A colecção de reinos que constituem Battleworld serão o foco, ao longo destes próximos meses, de múltiplas minisséries. Cada uma delas conta uma história singular que, contudo, não deixa de fazer parte do mosaico que é a nova realidade do universo da Marvel. 

As primeiras cinco semanas deste evento deixaram-me um pouco mal habituado. A qualidade, já o disse, é surpreendentemente boa para acontecimentos deste gabarito. Todos os anos, por vezes mais do que uma vez por ano, quer a Marvel, quer a DC, "presenteiam-nos" com coisas destes tipo. Muitas das vezes, a qualidade não é a prioridade para ambas. Secret Wars, quer na minissérie principal, quer nas auxiliares, não tem sido o caso. Esta sexta semana é a que ofereceu títulos de qualidade mais variável e, regra geral, aquela que menos me entusiasmou. Claro que as coisas não devem ser vistas desta forma. Contudo, já que foi este o método que escolhi, persistirei nele, ainda que contra o meu melhor bom senso.

A Marvel conseguiu atrair alguns autores interessantes para selectas séries de Secret Wars. Apesar de trabalhar já há alguns meses em outros títulos da editora, James Robinson, do incrivelmente saudoso Starman, não deixa de ser um deles. Fui fã do seu All-New Invaders que, infelizmente, acabou cedo demais. Obviamente, estava curioso para a qualidade da escrita neste premissa tão deliciosamente pop: robôs assassinos contra super-heróis zombies. Infelizmente, este primeiro número não é surpreendente, muito à semelhança do trabalho do escritor noutra minissérie, Armor Wars, que também já não se destacava. Ainda assim, a confiança no talento de Robinson dá-me esperança.

Outro saudoso autor é Garth Ennis. Where Monsters Dwell é uma série, como já disse em relação ao primeiro número, perfeitamente talhada para e pelo autor. Repete os seus trejeitos ou, se preferirem, o seu estilo. Continua forte ainda que a repetição, por definição, não ofereça nada de singularmente novo.

Infinity Gauntlet é também um exemplar curioso ainda que não extraordinariamente empolgante. A arte é boa e a premissa, enredo e desenvolvimento de personagens oferecem algum entretenimento. Falta, contudo, um golpe de asa para me arrebatar. Ou então, pura e simplesmente, não é talhado para o meu gosto. O mesmo sentimento foi-me oferecido por Planet Hulk que, sendo interessante, não é também algo que me tenha ainda cativado. Pode ser que as conclusões de ambos sejam recompensadoras.

Esperemos que esta semana tenha sido apenas a excepção.

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