Multiverso DC - o calvário da ressurreição – primeira parte

A BD norte-americana de super-heróis é, desde quase sempre, palco de uma tendência: a do eterno ciclo da morte e ressurreição. Raras são as mortes que perduram. Raros são os conceitos que não voltam a ser revisitados, mesmo que abandonados durante décadas. Faz parte da mitologia, desde que editores e criadores chegaram à conclusão que ou as ideias novas faltavam ou que o desaparecimento de um personagem ou conceito foram produto de fraca inspiração. O recente regresso (de forma assumida) do multiverso da DC é a mais nova iteração deste fenómeno. E ainda bem, porque há muito que deveria ter acontecido. De cada vez que existia uma ameaça do retorno a internet (esse pulso dos desejos dos fãs) brilhava com as muitas trocas de bits e bites de conjeturas e anseios. Os teclados ardiam com a velocidade da escrita. Com Convergence, Multiversity e a Justice League de Geoff Johns o que era suspeita é agora parte do cânone.

Mas qual o caminho percorrido? Como é que se chegou aqui? A pedido de uma família (sim, Nuno, tu), aqui fica uma lista do que acho ser interessante ler para perceber como se regressou a este velho/novo multiverso. Sempre que puder remeto para o Trade Paperback. Não irei falar de Infinite Crisis, Final Crisis, 52, etc., mas apenas do novo universo que existe desde 2011, conhecido por Novo 52. Isto porque parece claro que o plano para esta ressurreição existe desde os primeiros momentos da nova iteração do mundo ficcionado da DC. Esta lista não pretende ser, de forma alguma, exaustiva ou definitiva. Estou aberto a colocar o que concordarmos que falte. Nem que seja porque não li tudo deste Novo 52.

A seguir apresento a primeira parte desta artigo.

(Escusado será dizer que, a partir daqui, existem muitos spoilers.)

Justice League volume 1: Origin TPB (The New 52) – Sim, começa no momento 0. Desde a primeira palavra que a intenção parece óbvia. Neste volume, por Geoff Johns e Jim Lee, dois dos diretores criativos da DC, temos a primeira batalha daquele que é o maior e mais importante ajuntamento de super-seres no universo da editora: a Justice League, Liga da Justiça para nós portugueses. Confrontam, pela primeira vez, Darkseid, o deus negro criado por Jack Kirby e, com ele, são imediatamente introduzidos os Novos Deuses que, nesta nova realidade, parecem ter um papel bastante mais importante que em anteriores. Para além disso, Darkseid visita a Terra na procura da sua filha, personagem da qual só anos mais tarde descobriremos a verdadeira identidade e importância.

Justice League: Trinity War TPB (The New 52) – Geoff Johns é perito em fazer-nos pensar numa coisa mas, na realidade, estar a contar outra. Assim foi com Trinity War. A brincadeira que faz com o conceito de trindade levava-nos a pensar, a início, nos eternos Super-Homem/Batman/Mulher-Maravilha, nas três versões da Liga da Justiça envolvidas e no grupo de três seres cósmicos que parecem estar no centro de vários mistérios – Pandora; Phantom Strange; Question. Contudo, o verdadeiro significado da palavra três está nas últimas páginas (spoiler, spoiler, spoiler): o glorioso regresso das versões maléficas da Liga da Justiça da Terra-3, o Sindicato do Crime. Pela primeira vez, neste Novo 52, é assumida existência de uma outra Terra. A primeira de muitas. Salta para…



Forever Evil e Justice League volume 5: Forever Heroes TPB (The New 52) – Este evento de 2014 introduziu um mundo onde os inimigos da Terra-3 vencem a Liga da Justiça e resta aos vilões do mundo de Novo 52 encontrarem uma forma de os derrotar. Resta a Lex Luthor, provavelmente o maior de todos, a capacidade de procurar a fraqueza que derrubará o Sindicato do Crime. São dois volumes que contam diferentes lados da mesma história. Ficamos a saber que o Sindicato fugiu da sua Terra, destruída por um ser de enorme poder. Nas últimas páginas descobrimos de quem se trata (spoiler, spoiler, spoiler): o Anti-Monitor, um dos mais tenebrosos vilões do universo DC, a causa do mais catastrófico evento da sua História, a Crise nas Terras Infinitas. Mas ele não está sozinho…

      

4 comentários:

Nuno Amado disse...

Ok...
Então, e estes livros todos conseguem-se ler todos de seguida coerentemente?

Tenho o Trinity encomendado e já tenho o Forever Evil.

É que eu tenho o síndroma do coleccionador e ter um JLA 1 e depois o JLA 5 dá-me cabo do meu TOC. Consegue-se ler tudo de seguida sem necessitar de ler o 2, 3 e 4?

Obrigado.

SAM disse...

Pessoalmente acho que sim. A filosofia do post foi uma pessoa poder acompanhar o nascimento do multiverso, não tanto a "vida" dos personagens. Não acho que seja essencial mas, tu que não és frango novo nestas andanças, já sabes. Haverá sempre um ou outro pormenor que escapará. Pelo seguro podes ler tudo. LOL

Optimus Primal disse...

O 2 volume da Liga e muito mau,no 3 com o Cross de AQuaman ja melhora,e só li ate aqui.

SAM disse...

Optimus. Obrigado pelo comentário.

É isso. O segundo volume não é nada de especial mas o terceiro, com a história do Aquaman, melhora. Os que se seguem com estas histórias que descrevi tem coisas boas e coisas más. A melhoria vem mesmo agora com a Darkseid War.