Ekhö, Monde Miroir vol.3 , Hollywood Boulevard de Christophe Arleston e Alessandro Barbucci
Cliquem neste link para um post sobre os dois volumes anteriores.
Continuam neste terceiro volume da série Monde Miroir as aventuras de Fourmille Gratule e Yuri Podrov. A primeira é a mega-voluptuosa e muito histriónica heroína, ele o companheiro que se viu apanhado por acaso no destino da primeira. Neste novo volume, os dois viajam para a versão de Hollywood deste mundo espelho governado por esquilos mágicos e onde a electricidade não foi descoberta. Ao invés disso, são utilizados estranhos substitutos de toda e qualquer tecnologia do nosso mundo: uma espécie de dimensão steampunk.
Esta nova história continua no espírito dos duas primeiras, misturando humor, cenários extraordinários, alguma sensualidade, tudo passado num universo cartoonesco, ou não estivéssemos a usufruir dos maravilhosos desenhos de Barbucci, que trabalhou para os estúdios Disney. É aliás, o desenho deste autor o grande atractivo da série, com a sua atenção ao detalhe, com o enorme controlo da acção e com uma beleza que não sendo nada discreta não deixa de ser particularmente atraente. A história em si é simples, sem grandes pretensões para além do puro entretenimento - e isso não é nada de errado. Neste novo volume o enredo anda à volta de uma interpretação da já eterna história de Marilyn Monroe e John F. Kennedy. Não acrescenta mas diverte.
Secret Service de Mark Millar e Dave Gibbons
Esta é a BD que inspirou o muito divertido filme Kingsman. Saído da mente do escritor Mark Millar e do desenhador Dave Gibbons, desde o seu início que os leitores sabiam que a mesma iria passar para o grande ecrã. O que eu, particularmente, não esperava era a BD não ser tão boa quanto o filme. Sim, leram bem... a BD não teve o mesmo impacto que a sua versão cinematográfica. Porquê? Pura e simplesmente porque não é tão divertida e tão cheia de ideias. Enquanto o filme, por exemplo, procura uma atmosfera puramente britânica, analisando os trejeitos da cultura, a BD fica-se por um enredo cujo vilão (que pouco ou nada é aquele mostrado por Samuel L. Jackson) tem uma ligação ao universo dos geeks não só dessa arte como de outras que atraem a adoração destes.
Eu sei que estou a fazer algo que nunca se deve fazer: comparar duas artes e duas histórias que, ainda que provenientes da mesma origem, têm soluções narrativas completamente diferentes. Mas, ao mesmo tempo, é-me difícil não o fazer, porque o avalanche de ideias que geralmente se associa a Millar não está particularmente reflectido neste Secret Service - em boa verdade, eu não tenho sido um grande fã da maior parte dos seus esforços na série Millarworld , uma marca que criou para englobar todas as suas mais recentes produções, como sejam Wanted e Kick-Ass. Existe de facto um deserto de ideias quando comparado com o filme Kingsman (sei que erradamente, volto a referir). Ocorrem, aqui e ali, alguns momentos mais interessantes e inspirados e verifica-se alguma partilha de código genético entre as duas obras. Contudo, a distância de qualidade é muito grande e óbvia para a simplesmente colocar de lado. É pena, porque estamos a falar de dois grande criadores da 9.ª Arte.
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