O que vou lendo! - Thanos, The Infinity Revelation por Jim Starlin

(a bold podem encontrar links relevantes para antigos posts deste blog)


O personagem Thanos começa a ficar conhecido do público em geral, isto depois de brevíssimas aparições nos filmes dos Vingadores e Guardiões da Galáxia. Os fãs de BD sabem o que os espera. Vou fazer um esforço para daqui para a frente não estragar a surpresa para os outros, ainda que possam ir navegar na net e descobrir facilmente do que se trata. Mesmo assim, não me parece ser segredo para (quase) ninguém que a Marvel prepara Thanos para ser o Adversário (sim, com A capital) no filme que concluirá a primeira grande fase do seu universo cinematográfico: Vingadores 3 - até já se começa a falar em dividir este em dois.

Thanos é um dos maiores vilões do universo Marvel. Foi criado na década de 70 pela brilhante e criativa mente de Jim Starlin num conjunto de histórias que se tornaram lenda (neste link podem ler o que achei de uma colecção que as compila e que é de leitura obrigatória para se prepararem para este personagem). Desde então, tem sido usado variadíssimas vezes como um dos inimigos definitivos e mais temíveis aos heróis, sendo que as histórias mais relevantes foram quase sempre escritas pelo pai criativo de Thanos. Contudo, porque este é um personagem que é propriedade da Marvel, vários outros criadores colocaram os seus talentos ao serviço do Titã Louco (um dos epítetos do personagem), com diferentes graus de fidelidade para os fãs mas quase nenhuma para Jim Starlin. Ao contrário do que até é costume em monolíticas editoras como a Marvel e a DC, a primeira decidiu trazer de volta o original e devolver as rédeas criativas de Thanos ao seu pai para este mais novo volume de BD originais em formato mais devedor ao franco-belga, pelo menos em contenção e número de páginas (os volumes anteriores incluem os Vingadores, X-Men e Homem-Aranha). 

Ainda bem por esta decisão, porque Starlin continua a demonstrar enorme inclinação criativa para históricas de cariz cósmica e existencial, cujo ápice atingiu em Adam Warlock, também na década de 70. É no palco universal e cosmogónico que este artista parece movimentar-se com muito à vontade, não tendo perdido um átomo da sua força depois de quatro décadas. A falta de esforço é tal que parece que tudo estaria planeado desde há muito tempo e a evolução que agora se verifica no personagem ter sempre sido a prevista. Esta consistência é difícil e, mais ainda, sem parecer revisitação mercantilista (que, não tenhamos dúvidas, também o é). Particularmente complicado será também perpetuar algum sentimento de novidade, de "ainda não tinha visto isto", e desde as primeiras páginas nos apercebemos que existe qualquer coisa de diferente. Não só uma nova escala é introduzida no universo Marvel como, na conclusão da história, estamos perante um status quo diferente e que, com certeza, terá relevância para outros cantos do universo BD da editora. Mesmo os leitores da Panini em Portugal vão se aperceber que Thanos terá incrível importância para as histórias dos Vingadores de Jonathan Hickman. Imaginem para o futuro de 2015 nos EUA.

Este é um volume essencial não só para fãs, que começam a ver parte do complexo puzzle que se avizinha no futuro da Marvel, como para os iniciados, podendo, assim, melhor conhecer um dos mais complexos e importantes vilões da galeria da editora. 

Sem comentários: