Les garçons et Guillaume, à table! de Guillaume Gallienne (A Mamã, os Rapazes e Eu)

A estreia de Guillaume Gallienne como realizador vinha com boas recomendações. Este filme ganhou, em 2014, quase tudo o que havia para ganhar na versão francesa dos Óscares, os Césares. Tendo em consideração alguma da concorrência, especificamente o celestial La Vie D’Adèle, pode dizer-se que estava com alguma curiosidade. Felizmente (ou infelizmente), as expectativas não me saíram goradas: o filme é engraçado mas nada que se assemelhe em qualidade ao quarto filme de Abdelatiff Kechiche.

A Mamã, os Rapazes e Eu, como o nome indica, conta-nos a história de um homem (rapaz, na realidade) e da relação com a sua muito especial mãe. O homem-rapaz vive confrontado com a sua natureza, que família e amigos insistem tratar-se de inclinação homossexual. Socorrendo-se de drama e de comédia, o realizador vai nos dando vários episódios, uns mais burlescos, outros mais dramáticos, da vida deste jovem homem, enquanto se confronta com o que os outros esperam e pensam dele e com aquilo que ele é realmente. Nesse aspecto, o filme tem alguns pormenores interessantes. Contudo, falta um pouco de originalidade ou golpe de asa para que se destaque. Excepto nos momentos finais onde o argumento dá uma reviravolta interessante que transporta a narrativa para um campo inesperado. Imagino ter sido esse uns dos aspectos que alertou os juízes dos Césares e despertou-lhes o interesse. Mas, fora esse volte face do enredo, parece-me que o filme pouco mais tem a oferecer.


O ator (que também é o realizador) é bastante bom na interpretação que faz de filho e de mãe (um dos triunfos do filme e pista para o seu final), e carrega o filme às costas de forma muito mais que só competente. Mas falta qualquer coisa. Algo que deixasse o filme ser algo mais que mera curiosidade. Ou isso ou estou completamente enganado e, na realidade, estou furioso que La Vie D’Adèle não voltou a ganhar tudo aquilo que eu tenho a certeza que deveria ganhar.

Sem comentários: