(agradecimento ao
Miguel pela sugestão)
Adoro ir ao cinema
com a sugestão de um amigo e sair de lá maravilhado e surpreendido. Preenchido!
Enfiar-me numa sala de cinema é um dos meus grandes prazeres. E quando acontece
ver um filme diferente mas bom, então é sopa no mel. Quando se vê tanto filme
só queremos que haja algo diferente, mesmo que um poucochinho. Um desviozito da
normalidade. Um rasgo de originalidade, ou melhor, de novidade. Nem todos vão
ver em O Capital Humano algo de bom,
mas vão ter de permitir eu discordar deles.
Falar do enredo é
algo complicado. O filme está estruturado em quatro partes, as três primeiras
contadas na perspetiva de três dos personagens sobre sensivelmente os mesmos
eventos. A quarta parte é a conclusão, o remate. O filme começa com um simples
atropelo de um ciclista, depressa descamba para um comentário sobre classes
sociais, preconceitos (do espectador), como as mais pequenas escolhas são
importantes, e acaba num estilo de conclusão que não pretende dar respostas mas
antes dar ao espectador a insegurança da ambiguidade. Se isto não vos parece
nada de extraordinário tenham a certeza que isso será por culpa de como eu
escrevo e não tanto por causa da qualidade do filme.
A força deste filme
é o argumento. Depois, é a de um realizador seguro, cuidado, atento ao que é
essencial. Os atores são perfeitos nos papéis, felizes por terem em mãos corpos
tão ricos e palavras tão fortes. Um filme que partilho convosco da mesma forma
que foi partilhado comigo. Vão ver. Está no El Corte Inglês. E depressa, antes que desapareça.
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