Colecção DC Levoir/Público – 16.º Volume: Batwoman

(Prometo tentar informar aos menos conhecedores de BD acerca da acessibilidade desta coleção, ou seja se é fácil ou não ler sem saber muito mais coisas)

Grau de acessibilidade: Fácil


Sai amanhã, Quinta-feira, dia 24 de Outubro, junto com Público e custa 8,9€


Kathy Kane, o nome por detrás da máscara da Batwoman, iniciou a sua carreira na BD na década de 50, mas seria apenas a partir de 2006 que iria atingir qualquer tipo de relevância nesta arte. Após algumas aparições nas aventuras do seu congénere masculino, obviamente o Batman, acabaria por cair no relativo esquecimento, ao ser preterida por uma mais apelativa versão feminina do Cavaleiro das Trevas, a Batgirl. Os fãs (se existiam alguns) teriam de esperar quase 5 décadas para o regresso efetivo do personagem nas páginas da série “52” de 2006. Mas a Batwoman que apareceria seria bastante diferente daquele esforço kitsh do pós-guerra. 

A série “52” tinha como objetivo focar um ano na vida do Universo DC sem a presença dos seus três maiores heróis: Super-Homem; Batman; Mulher-Maravilha. Num esforço conjunto de 4 dos maiores escritores, a editora montou esta série semanal (52 semanas, 1 ano, perceberam?) que acabaria por ver o renascer da figura da Batwoman pelas muito competentes mãos de Greg Rucka, conhecido pelo seu estilo policial e por, em mais do que uma ocasião, ter deitado mãos e imaginação a algumas das mais interessantes figuras femininas do Universo DC (ele argumentou a Mulher-Maravilha antes de ingressar pelo “52”). A escolha foi acertada e o personagem nasceu com as devidas credenciais e com alguma relevância mediática, já que também estávamos a falar de um importante personagem assumidamente homossexual. Mas o ingresso pela diversidade não era apenas um mero chamariz mercantilista, antes era alicerçado na qualidade de um superlativo escritor que, da segunda vez que trabalha neste personagem, fez parceria com um dos mais importantes e virtuosos artistas/estilistas a trabalhar na BD americana: J.H. Williams. Este é o desenhista que começou humilde, mas cuja qualidade depressa o levou às alturas de um seminal trabalho junto com Alan Moore, o mesmo de Watchmen, trabalho esse chamado de Promethea. 

É exatamente a colaboração entre Rucka e Williams que é compilada neste volume da coleção da Levoir, constituindo uma das melhores histórias a ser incluídas nesta coleção. Verdadeiramente imperdível!
 

Nota – Não partilho da opinião que tem de se saber tudo para acompanhar bem uma história. Parte da “magia” da BD americana reside na descoberta posterior, na paciente reconstrução do puzzle. Mas para aqueles que não têm tempo e paciência aqui fica este meu pequeno esforço.

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