Uma BD por dia, não sabe o bem que lhe fazia - até ao primeiro dia de 2020!



Tenho participado de uma brincadeira no Facebook: enumerar uma BD por dia até 2020. Começou há alguns meses, mas só agora dou-me ao trabalho de aqui a reproduzir. Mostro, hoje, as escolhas desta semana, com link na imagem para o texto que escrevi sobre o livro, ou um nhónhózinho, caso ainda não tenha falado dele.

Neste momento, estou a escolher os meus momentos importantes do Quarteto Fantástico, aka Fantastic Four, uma das minhas equipas favoritas de supers na BD.





FF (1961) #141. No Incrível Hulk #17 da Editora Abril, aparecia esta história, onde contava-se a origem do Annihilus (Aniquilador, em português), ao mesmo tempo que o casal Richards passava por uma crise conjugal - envolvendo o filho de ambos. Gerry Conway prosseguia - e bem - o legado de Stan Lee, com uma tragédia familiar ao estilo Shakesperiano-pop, e o gigante John Buscema imprimia uma energia que raramente (ou nunca) se vê nas BDs de hoje em dia. O vilão é caracterizado de forma verdadeiramente atemorizadora. O Aniquilador continua a ser, até hoje, um dos maiores genocidas do Universo Marvel.








FF (1961) #147. Depois de John Buscema, seguiu-se Rich Buckler nos desenhos, cujo estilo, à altura, tinha uma semelhança mais do que óbvia com Jack Kirby. Cá por terras lusas, lemos estas histórias pela Editora Abril de forma um pouco entre-cortada, mas ainda conseguimos ver o fim da "saga" dos problemas matrimoniais de Reed e Sue Richards. Depois desta história, deu-se um salto bastante grande no historial do Quarteto, "esquecendo-se" a editora brasileira de mais de 50 números do original americano. Mas, descansem, que ainda vou focar uns quantos.









FF (1961) #164. Este número, nunca publicado por cá, teve duas virtudes. A capa assinalava uma espécie de regresso de Jack Kirby à sua (talvez) mais completa criação, e, no interior, George Pérez inaugurava a sua prestação entre-cortada no Quarteto. Roy Thomas voltava ao argumento, a história era razoável, mas Pérez, claramente inspirado pelo Rei Kirby, começava a mostrar parte do talento pelo qual viria a ser bastante conhecido. Estávamos em 1975.












FF (1961) #186. Um dos meus escritores favoritos de BD, Len Wein, também deu uma perninha no Quarteto, neste número com ajuda de George Pérez. Era uma saga rocambolesca, cheia de ação, que não parava, perigo atrás de perigo. Os Salem Seven eram uma criação excessiva e, o que se segue, envolvendo o Homem-Molecular (que ficaria bem conhecido no futuro), é pura naiveté dos supers.













FF (1961) #200. Marv Wolfman e Keith Pollard foram uma dupla interessante na Marvel dos finais da década de 70. Trabalharam no Homem-Aranha, que os fãs portugueses conhecem bem, e também no Quarteto, parceria menos conhecida cá. São eles que criam o número 200 da revista do grupo, com um confronto “final” entre as almas filosóficas do FF, Reed Richards e o Dr. Destino - e com capa do Rei Kirby. Com este final, parecia (para os distraídos) que esse eterno confronto chegava ao fim. Até que veio o Deus Byrne. Mas isso é mais para a frente.










FF (1961) #214. Em meados de 1986, a Editora Abril publicava, no Grandes Heróis Marvel #12, este número do Quarteto - e a capa escolhida era a deste 214. Nela, culminava uma saga de vários capítulos que envolvia o Galactus, e onde Marv Wolfman acabava a história de uma personagem sua, o Nova, cuja revista homónima tinha sido cancelada. A história era agradável, mas o ponto alto foi o facto do desenhista John Byrne desenhar, pela primeira vez, a revista desta equipa, que idolatrava. Não ficaria satisfeito, e mais tarde regressa com controlo criativo total.









FF (1961) #232. Neste número, John Byrne, aquele que muitos da minha geração consideram um dos deuses da BD, iniciava o seu projecto de sonho: escrever e desenhar o Quarteto. Tudo parecia ter sido feito para ele chegar a este ponto. E que ponto alto foi na carreira do autor e da revista. Cada número era um acontecimento, uma revelação, um maravilhamento. Imaginação ao seu mais alto nível. Qualidade apenas superada pela rendição original, a dos criadores. Para mim, é o momento em que o Quarteto transformou-se na minha equipa favorita de supers - e, ainda hoje, continua a ser uma das preferidas. Foi publicada em Portugal, pela Editora Abril, em inícios de 1987, na revista número 44 do Homem-Aranha, seis anos depois de nos EUA.

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