(o Acho que Acho teve a honra de ser convidado para fazer a introdução deste volume)
Batman, Uma História Verdadeira de Paul Dini e Eduardo Risso está nomeado para o Prémio Eisner como melhor história autobiográfica 2017, poderá ser adquirida a partir de 21 de Julho, em versão de capa dura, pelo PVP de 9,99€ em conjunto com o jornal Público.
Paul Dini é o criador de Harley Quinn, a carismática namorada de Joker, que esteve em grande destaque no filme Esquadrão Suicida, Batman, Uma História Verdadeira. Eduardo Risso, desenhador argentino já conhecido do público português graças aos títulos editados pela Levoir, como Parque Chas e Batman Noir, dá aqui provas de uma versatilidade inesperada, adaptando o seu traço às necessidades específicas dos diferentes momentos da história. Mestre do preto e branco, como Batman Noir demonstra à saciedade, Risso ocupa-se pela primeira vez também da cor de uma história que desenhou, com resultados deslumbrantes, mas também extraordinariamente eficazes em termos narrativos.
Esta não é uma narrativa comum. É uma novela gráfica, contada pelo próprio autor a partir de um momento crucial da sua vida. Em 1993 ele foi brutalmente espancado e deixado em estado crítico perto de sua casa em West Hollywood. Além dos danos físicos que as agressões deixaram, Paul Dini lutou com as consequências psicológicas e o desafio de continuar a escrever sobre Batman e seus vilões.
A utilização dos personagens de Batman são a chave para o sucesso desta obra. Mesmo que esta história seja sobre a ideia do Batman, isso não significa que o Cavaleiro das Trevas e dos seus inimigos não apareçam na história como personagens reais. Cada vilão de Gotham aparece como uma manifestação da personalidade e psique de Paul Dini. Pinguim representa a tentação para beber álcool. Espantalho encarna o terror que Paul encara durantes os dias. Joker é a voz de cada pensamento sombrio que representa um atraso para a sua vida e carreira. Batman representa a esperança que ele pode inspirar nas pessoas que passam pelos momentos mais desesperantes.
A sinergia entre a escrita de Paul Dini e a arte de Eduardo Risso é impressionante. Sendo o resultado uma obra que fica entre uma realidade aterradora e momentos surreais e fantásticos. É uma obra de uma sensibilidade ímpar. É uma leitura obrigatória para todos os que são fãs de Batman. Mais do que isso, é uma leitura essencial para quem precisa urgentemente voltar a inspirar-se na vida.
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