(sem spoilers)
A pessoa que foi ver comigo este novo filme da mega-saga do universo cinematográfico da Marvel disse-me algo que (confesso, com vergonha) não me ocorreu depois de ter saído da sala: o confronto entre os heróis é consequência da mesma razão que a do filme Batman V Superman (ou vice-versa). Quer um, quer outro pergunta-se do papel da violência dos super-heróis na vida dos habitantes da Terra, das consequências materiais e emocionais daqueles que partilham com eles estes mundos ficcionais. Obviamente, optam por caminhos bem diferentes na análise da reacção dos heróis, mas estas "coincidências" não deixam de ser curiosas. Parece que as mitologias e histórias de super-heróis chegaram a um tal ponto de reconhecimento mainstream que podem ser meta-textuais sem que ninguém sinta-se ostracizado - ou isso ou não sabem ser originais.
Mas vamos ao que interessa. Valeu a pena? Sim, valeu e muito. No que a mim diz respeito, este é um filme de puro e delicioso entretenimento, cheio de acção, drama super-heróistico, humor ao estilo Marvel, etc. Foi também lugar da introdução de dois novos personagens neste universo cinematográfico, o Pantera Negra e o muito aguardado Homem-Aranha, que acabam também por ser duas das maiores vitórias do filme, pelo casting perfeito, pelos diálogos, pela acção. Como fã da Marvel e de Banda Desenhada, dificilmente encontrei algo com que ficar insatisfeito. Apenas tenho dois reparos a fazer: um deles não é tanto um reparo mas uma advertência e outro, sim, assumo-o como uma leve crítica. Primeiro, este filme é capaz de ser um pouco excessivo para com os que não estão familiarizados com o universo de super-heróis da Marvel - e falo dos que não lêem BD. Segundo, a realização: o lado autoral do Cinema, a assinatura de realizador, é completamente inexistente, aliás como para todos os da chancela da Disney/Marvel. As produtoras não querem mexer numa fórmula que tem dado tantos e tão agradáveis resultados financeiros. Mas depois de ver cada filme Disney/Marvel fica a sensação de ter visto o mesmo desde 2007, o ano do primeiro Homem de Ferro, isto apesar dos diferentes realizadores. A cor é a mesma, a iluminação é a mesma, os enquadramentos (se calhar) são sempre os mesmos. Contudo, e sublinho, nada disso retira prazer às duas horas e meia. Puro entretenimento.
A adaptação do material original é uma das grandes forças dos filmes da Disney/Marvel. Existe e continua a existir um equilíbrio saudável entre respeito e sentido prático no que à 7.ª Arte diz respeito. O Capitão América continua a ser um personagem por quem nutro um carinho especial (muito mais do que pelo Homem de Ferro), pelo seu inabalável sentido democrático e de liberdade. Mas, neste filme, há algo que salta ainda mais à vista: a teimosia da ideologia e a lealdade para com os amigos. Estas características são, aliás, o grande motor da narrativa, não só pelos inimigos que cria como também pelas alianças que forja. Para mim, é sempre delicioso ver um personagem tão resolutamente bondoso neste mundo cheio de cinismo e hipocrisia (deve ser também por isso que gosto tanto do Homem-Aranha, do Super-Homem e da Mulher-Maravilha). Se existe algo com o qual me identifico é esta - o que os cínicos chamariam - naiveté , mas que prefiro descrever como optimismo e crença na bondade (sem perder de vista onde escondem-se as sombras do mundo). Precisamos de pessoas assim no mundo real.
Resumindo, um belíssimo filme de entretenimento à boa maneira da fórmula Disney/Marvel. Quem gosta, continua a gostar. Eu adorei.
A pessoa que foi ver comigo este novo filme da mega-saga do universo cinematográfico da Marvel disse-me algo que (confesso, com vergonha) não me ocorreu depois de ter saído da sala: o confronto entre os heróis é consequência da mesma razão que a do filme Batman V Superman (ou vice-versa). Quer um, quer outro pergunta-se do papel da violência dos super-heróis na vida dos habitantes da Terra, das consequências materiais e emocionais daqueles que partilham com eles estes mundos ficcionais. Obviamente, optam por caminhos bem diferentes na análise da reacção dos heróis, mas estas "coincidências" não deixam de ser curiosas. Parece que as mitologias e histórias de super-heróis chegaram a um tal ponto de reconhecimento mainstream que podem ser meta-textuais sem que ninguém sinta-se ostracizado - ou isso ou não sabem ser originais.
Mas vamos ao que interessa. Valeu a pena? Sim, valeu e muito. No que a mim diz respeito, este é um filme de puro e delicioso entretenimento, cheio de acção, drama super-heróistico, humor ao estilo Marvel, etc. Foi também lugar da introdução de dois novos personagens neste universo cinematográfico, o Pantera Negra e o muito aguardado Homem-Aranha, que acabam também por ser duas das maiores vitórias do filme, pelo casting perfeito, pelos diálogos, pela acção. Como fã da Marvel e de Banda Desenhada, dificilmente encontrei algo com que ficar insatisfeito. Apenas tenho dois reparos a fazer: um deles não é tanto um reparo mas uma advertência e outro, sim, assumo-o como uma leve crítica. Primeiro, este filme é capaz de ser um pouco excessivo para com os que não estão familiarizados com o universo de super-heróis da Marvel - e falo dos que não lêem BD. Segundo, a realização: o lado autoral do Cinema, a assinatura de realizador, é completamente inexistente, aliás como para todos os da chancela da Disney/Marvel. As produtoras não querem mexer numa fórmula que tem dado tantos e tão agradáveis resultados financeiros. Mas depois de ver cada filme Disney/Marvel fica a sensação de ter visto o mesmo desde 2007, o ano do primeiro Homem de Ferro, isto apesar dos diferentes realizadores. A cor é a mesma, a iluminação é a mesma, os enquadramentos (se calhar) são sempre os mesmos. Contudo, e sublinho, nada disso retira prazer às duas horas e meia. Puro entretenimento.
A adaptação do material original é uma das grandes forças dos filmes da Disney/Marvel. Existe e continua a existir um equilíbrio saudável entre respeito e sentido prático no que à 7.ª Arte diz respeito. O Capitão América continua a ser um personagem por quem nutro um carinho especial (muito mais do que pelo Homem de Ferro), pelo seu inabalável sentido democrático e de liberdade. Mas, neste filme, há algo que salta ainda mais à vista: a teimosia da ideologia e a lealdade para com os amigos. Estas características são, aliás, o grande motor da narrativa, não só pelos inimigos que cria como também pelas alianças que forja. Para mim, é sempre delicioso ver um personagem tão resolutamente bondoso neste mundo cheio de cinismo e hipocrisia (deve ser também por isso que gosto tanto do Homem-Aranha, do Super-Homem e da Mulher-Maravilha). Se existe algo com o qual me identifico é esta - o que os cínicos chamariam - naiveté , mas que prefiro descrever como optimismo e crença na bondade (sem perder de vista onde escondem-se as sombras do mundo). Precisamos de pessoas assim no mundo real.
Resumindo, um belíssimo filme de entretenimento à boa maneira da fórmula Disney/Marvel. Quem gosta, continua a gostar. Eu adorei.
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