Um dos momentos do ano está mesmo ao virar da esquina, antecipado por mim com entusiasmo de criança: o filme Batman vs Superman: Dawn of Justice. A DC Comics e a Warner Bros. preparam-se para lançar o seu universo cinematográfico de super-heróis. Já tinham começado com o Man of Steel de 2013 mas é com este BvS que assumem a sua intenção. Como leitor destes universos há quase quatro décadas, já reuni um amplo número de historias favoritas que gostava de partilhar convosco em jeito de preparação para este Titânico filme.
Neste último post escolho os meus encontros favoritos entre os dois personagens - ou, pelo menos, os encontros de que me recordo.
Dark Knight Returns de Frank Miller
Com Frank Miller a relação de amizade de cinco décadas entre o Super-Homem e Batman mudaria drasticamente. Ainda que se passasse fora da linha de história "normal", ainda que acontecesse num futuro possível, Miller conseguiu que a sua visão transformasse o modo como os leitores viam não só a relação entre ambos como também o modo como passaríamos a interpretá-los como personagens: lados opostos de uma mesma solução. Um deles luminoso e optimista (se bem que Miller vendeu o Super-Homem como um lacaio do governo Reagan). Outro pessimista, realista e violento. Esta seria a maneira como muitos leitores (eu, inclusive) passariam a ver a "amizade" entre o Homem de Aço e o Cavaleiro das Trevas. A tal ponto que mesmo Zack Snyder, o realizador de BvS, quando anunciou este filme ao mundo, leu uma passagem desta seminal obra (esta história foi publicada em Portugal pela Levoir).
Man of Steel número 3 de John Byrne
Universo DC pós-Crise nas Terras Infinitas, a saga que, em 1985/86, a editora utilizou para reiniciar o seu universo do zero. Neste capítulo da mini-série de John Byrne dá-se o primeiro encontro com o Batman. O primeiro encontro desta nova realidade. Fortemente influenciado pelo trabalho de Frank Miller, os personagens são pólos opostos, ambos na busca de justiça mas seguindo caminhos diametralmente opostos. O respeito mutuo é grande mas não mais serão os amigos que antes eram (publicado pela Levoir).
World's Finest (1993) de Dave Gibbons e Steve Rude
Nesta mini-série é explorada ao pormenor a relação pós-Crise nas Terras Infinitas entre as mitologias dos dois personagens. Utilizando o troço retro mas dinâmico de Steve Rude, Dave Gibbons mergulha nas diferenças filosóficas e estéticas dos dois mundos, escolhendo como cenários as duas cidades que encapsulam os respectivos personagens, Gotham e Metropolis, escolhendo como opositores os maiores inimigos de ambos, Joker e Lex Luthor, e envolvendo os mais relevantes do personagens coadjuvantes. Um obra divertida já publicada pela Levoir.
Emperor Joker por vários
Os que têm estado atentos a estes posts sabem que nutro um particular carinho por esta fase do Super-Homem, trabalhada pelos autores Jeph Loeb, Joe Kelly e Ed McGuiness (entre outros). Esta saga, que cruzou os vários títulos do Homem de Aço da altura, envolvia o Joker, que recebe (de alguém misterioso) poderes quase-omnipotentes. Imediatamente, o Palhaço do Crime refaz a realidade à luz da sua psicopatia e, fazendo jus à sua fixação com o Cavaleiro das Trevas, submete-o à mais hedionda tortura. O Super-Homem, naturalmente, vence, mas não antes de obrigar o verdadeiro vilão por detrás desta história (spoilers a partir daqui) a transferir para si todas as memórias da tortura infligida. Apesar de todas as diferenças entre eles, o respeito é incontornável (sem publicação em Portugal).
JLA: World War Three de Grant Morrison e Howard Porter
A JLA de Grant Morrison e Howard Porter é das minhas BD's favoritas. WW3 é a derradeira história da run, onde a impressionante equipa de super-heróis defronta uma arma fabricada por deuses mortos desde que o universo antigo deu a lugar a este. Morrison, desde o primeiro número desta sua saga, demonstrou um particular carinho para com os dois maiores ícones da BD dos EUA e também para com a relação entre ambos. Nos últimos momentos de WW3, quando tudo parecia perdido, cabe a Clark Kent e Bruce Wayne, unidos, a tarefa de defrontarem Maggedon, a Arma Final. Infelizmente, nada desta extraordinária saga alguma vez foi publicada em Portugal, com muita pena minha.
Batman Hush de Jeph Loeb e Jim Lee
Um confronto físico entre o Batman e o Super-Homem só pode acontecer a uma escala apropriada, ou seja, titânica. Para isso são necessários desenhistas e escritores apropriados. O traço de Jim Lee, com a sua exuberância e pormenor típico dos melhores que trabalham os super-heróis, consegue trazer a tal escala maior-que-a-vida a dois personagens que são isso e muito mais. Jeph Loeb, mestre da escrita pop, empresta relevância, ao mesmo tempo que deixa a arte falar por si. No meio de uma aventura de Batman surge um Super-Homem tomado pelos vapores hipnotizantes da sensual vilã Hera Venenosa. Puro entretenimento já publicado em Portugal pela Devir.
Superman/Batman: Public Enemies de Jeph Loeb e Ed McGuiness
Sim, eu gosto mesmo do trabalho de Loeb e McGuiness no Homem de Aço. Depois de deixarem a revista homónima do filho de Krypton, decidem-se por uma colaboração na primeira revista ongoing pós-Crise nas Terras Infinitas a reunir estes dois personagens. Aproveitam e transportam alguns enredos da sua colaboração na revista Superman, nomeadamente a do Presidente dos EUA, Lex Luthor. O maior inimigo do Super-Homem é o líder da maior nação do mundo livre (ou assim os estado-unidenses gostam de se apelidar). No seu ódio cego, transforma os dois heróis em inimigos públicos. O resultado é uma história divertida e descomprometida (sem publicação em Portugal).
Generations I de John Byrne
John Byrne tem uma fixação com as versões originais das mitologias dos super-heróis. São conhecidas as revisões retro que faz nas suas histórias. Um dos seus últimos trabalhos nas duas grande editoras dos EUA foi este Generations, com três colecções. Recomendo a leitura da primeira. O conceito é interessante ainda que não inovador. Byrne pressupõe que o Super-Homem e o Batman começaram a sua carreira nos primeiros anos da sua publicação e continua a história a partir daí. Ou seja, a actividade de ambos começa pouco antes da 2.ª Guerra Mundial (ainda que também assuma a juventude do Super-Homem como Superboy). A história acompanha o envelhecimento de ambos, os casamentos, os filhos, inimigos, etc, num enredo simplista mas divertido (também nunca viu a luz da publicação em Portugal).
Dark Knight Returns de Frank Miller
Com Frank Miller a relação de amizade de cinco décadas entre o Super-Homem e Batman mudaria drasticamente. Ainda que se passasse fora da linha de história "normal", ainda que acontecesse num futuro possível, Miller conseguiu que a sua visão transformasse o modo como os leitores viam não só a relação entre ambos como também o modo como passaríamos a interpretá-los como personagens: lados opostos de uma mesma solução. Um deles luminoso e optimista (se bem que Miller vendeu o Super-Homem como um lacaio do governo Reagan). Outro pessimista, realista e violento. Esta seria a maneira como muitos leitores (eu, inclusive) passariam a ver a "amizade" entre o Homem de Aço e o Cavaleiro das Trevas. A tal ponto que mesmo Zack Snyder, o realizador de BvS, quando anunciou este filme ao mundo, leu uma passagem desta seminal obra (esta história foi publicada em Portugal pela Levoir).
Man of Steel número 3 de John Byrne
Universo DC pós-Crise nas Terras Infinitas, a saga que, em 1985/86, a editora utilizou para reiniciar o seu universo do zero. Neste capítulo da mini-série de John Byrne dá-se o primeiro encontro com o Batman. O primeiro encontro desta nova realidade. Fortemente influenciado pelo trabalho de Frank Miller, os personagens são pólos opostos, ambos na busca de justiça mas seguindo caminhos diametralmente opostos. O respeito mutuo é grande mas não mais serão os amigos que antes eram (publicado pela Levoir).
World's Finest (1993) de Dave Gibbons e Steve Rude
Nesta mini-série é explorada ao pormenor a relação pós-Crise nas Terras Infinitas entre as mitologias dos dois personagens. Utilizando o troço retro mas dinâmico de Steve Rude, Dave Gibbons mergulha nas diferenças filosóficas e estéticas dos dois mundos, escolhendo como cenários as duas cidades que encapsulam os respectivos personagens, Gotham e Metropolis, escolhendo como opositores os maiores inimigos de ambos, Joker e Lex Luthor, e envolvendo os mais relevantes do personagens coadjuvantes. Um obra divertida já publicada pela Levoir.
Emperor Joker por vários
Os que têm estado atentos a estes posts sabem que nutro um particular carinho por esta fase do Super-Homem, trabalhada pelos autores Jeph Loeb, Joe Kelly e Ed McGuiness (entre outros). Esta saga, que cruzou os vários títulos do Homem de Aço da altura, envolvia o Joker, que recebe (de alguém misterioso) poderes quase-omnipotentes. Imediatamente, o Palhaço do Crime refaz a realidade à luz da sua psicopatia e, fazendo jus à sua fixação com o Cavaleiro das Trevas, submete-o à mais hedionda tortura. O Super-Homem, naturalmente, vence, mas não antes de obrigar o verdadeiro vilão por detrás desta história (spoilers a partir daqui) a transferir para si todas as memórias da tortura infligida. Apesar de todas as diferenças entre eles, o respeito é incontornável (sem publicação em Portugal).
JLA: World War Three de Grant Morrison e Howard Porter
A JLA de Grant Morrison e Howard Porter é das minhas BD's favoritas. WW3 é a derradeira história da run, onde a impressionante equipa de super-heróis defronta uma arma fabricada por deuses mortos desde que o universo antigo deu a lugar a este. Morrison, desde o primeiro número desta sua saga, demonstrou um particular carinho para com os dois maiores ícones da BD dos EUA e também para com a relação entre ambos. Nos últimos momentos de WW3, quando tudo parecia perdido, cabe a Clark Kent e Bruce Wayne, unidos, a tarefa de defrontarem Maggedon, a Arma Final. Infelizmente, nada desta extraordinária saga alguma vez foi publicada em Portugal, com muita pena minha.
Batman Hush de Jeph Loeb e Jim Lee
Um confronto físico entre o Batman e o Super-Homem só pode acontecer a uma escala apropriada, ou seja, titânica. Para isso são necessários desenhistas e escritores apropriados. O traço de Jim Lee, com a sua exuberância e pormenor típico dos melhores que trabalham os super-heróis, consegue trazer a tal escala maior-que-a-vida a dois personagens que são isso e muito mais. Jeph Loeb, mestre da escrita pop, empresta relevância, ao mesmo tempo que deixa a arte falar por si. No meio de uma aventura de Batman surge um Super-Homem tomado pelos vapores hipnotizantes da sensual vilã Hera Venenosa. Puro entretenimento já publicado em Portugal pela Devir.
Superman/Batman: Public Enemies de Jeph Loeb e Ed McGuiness
Sim, eu gosto mesmo do trabalho de Loeb e McGuiness no Homem de Aço. Depois de deixarem a revista homónima do filho de Krypton, decidem-se por uma colaboração na primeira revista ongoing pós-Crise nas Terras Infinitas a reunir estes dois personagens. Aproveitam e transportam alguns enredos da sua colaboração na revista Superman, nomeadamente a do Presidente dos EUA, Lex Luthor. O maior inimigo do Super-Homem é o líder da maior nação do mundo livre (ou assim os estado-unidenses gostam de se apelidar). No seu ódio cego, transforma os dois heróis em inimigos públicos. O resultado é uma história divertida e descomprometida (sem publicação em Portugal).
Generations I de John Byrne
John Byrne tem uma fixação com as versões originais das mitologias dos super-heróis. São conhecidas as revisões retro que faz nas suas histórias. Um dos seus últimos trabalhos nas duas grande editoras dos EUA foi este Generations, com três colecções. Recomendo a leitura da primeira. O conceito é interessante ainda que não inovador. Byrne pressupõe que o Super-Homem e o Batman começaram a sua carreira nos primeiros anos da sua publicação e continua a história a partir daí. Ou seja, a actividade de ambos começa pouco antes da 2.ª Guerra Mundial (ainda que também assuma a juventude do Super-Homem como Superboy). A história acompanha o envelhecimento de ambos, os casamentos, os filhos, inimigos, etc, num enredo simplista mas divertido (também nunca viu a luz da publicação em Portugal).
2 comentários:
Muy buena lista, de ahí he leído varios como el Superman de Byrne o Batman Hush. Por cierto, leí tu post sobre Kurt Busiek, y me pareció muy bueno. Justo ahora acabo de escribir sobre Superman: Secret Identity en mi blog, así que te invito a que lo visites:
www.artbyarion.blogspot.com
Me encantaría que te sumes como seguidor a mi blog, y por supuesto, yo haré lo mismo. Y si además puedes dejarme algún comentario, te lo agradecería bastante.
Saludos.
Muchas gracias. ;-)
Ainda bem que gostaste da minha lista. E, sim, O Secret Identity do Busiek é óptimo.
Vou passar a seguir o teu bog.
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