O que vou lendo! - Empowered vol. 9 de Adam Warren

Não é com vergonha que admito que um dos artigos mais lidos deste Blog é um que, de forma desenvergonhada e mercantilista, intitulei de Sexo na BD (vá lá, leiam-no para engrossar ainda mais as estatísticas). Como podem atestar pela sua leitura, escolhi os trabalhos do eterno Manara e de Adam Warren para embelezar o conteúdo do dito post (inicialmente feito para o site da revista Maxim). Já lá vão uns anos desde que o escritor/desenhista começou o trabalho em Empowered e, passados nove volumes, esta continua a ser uma das obras mais sexy e divertidas do mercado estado-unidense de BD. O estilo do desenho é assumidamente Mangá mas a estrutura de página e de vinheta é ocidental, com uma escrita fortemente alicerçada na inventividade da verborreia (e ela é deliciosamente metralhada e regurgitada a 1000 km/h), na excentricidade da personalidade, no design dos muitos personagens e, uma vez mais, no ambiente assumidamente erótico e soft porn. Graças a deus!

Desde já faço um aviso à navegação: não tentem entrar em Empowered  por qualquer outro volume que não seja o primeiro, porque esta é uma história que desenvolve-se desde o início, de forma rocambolesca e intrincada. É verdade que o que mais me atrai para a leitura não é o enredo (que também é empolgante) mas antes o que descrevi no final do parágrafo anterior. Contudo, é justo avisar-vos desde já: tem de existir um forte investimento (monetário e de tempo) para ler Empowered.  É inacreditável que Warren continue, após nove volumes e alguns anos, sem revelar importantes mistérios que rodeiam a personagem principal, a perpetuadamente insegura Emp. Inacreditável porque eu não poderia importar-me menos com isso. Aliás, quero mais que continue ad infinitum e (não) ad nauseum a "fazer render o peixe", a "encanar a perna à rã", porque o que interessa são os hilariantes personagens e o paleio nonstop (sim, sei que já o disse). Este volume foca-se especialmente na heroína e no enredo mais recorrente de Empowered: a perpétua "habilidade" em ser capturada e amarrada por vilões; a pretensa inépcia em ser uma super-heroína capaz. Warren inventa um "super-poder" verdadeiramente impressionante para Emp, continuando a lenta caminhada da jovem rapariga que a levará, certamente, ao cume da vitória. Nesta história é a caminhada que interessa e não o fim (previsível?). Nesta história, Empowered poderá ter mais do que um significado: o nome da heroína, certo, mas, acima de tudo, a busca de força para dar mais importância ao que se sabe de si mesmo e menos ao que os outros pensam de nós. Uma espécie de "empoderamento". Ser, ao mesmo tempo, uma BD sexy é apenas um bónus. 

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