(Prometo informar os menos conhecedores acerca da
acessibilidade desta coleção de BD, ou seja, se é fácil ou não ler sem saber
mais coisas)
Grau de acessibilidade: Difícil mas…
Sai
amanhã, Quinta-feira, dia 31 de Julho, junto com Público e custa 8,9€
Era esperado. O filme quase a sair e as
editoras de BD em Portugal tentam cativar o público a ler o material que
inspirou a película. Há uns anos atrás isto não acontecia mas, depois de 2012,
o panorama mudou. Primeiro a Levoir e
depois a Panini que, aliás, já lançou
este ano uma coleção com estes personagens (leiam aqui). Mas enquanto esta
última editora teve permissão para a versão mais recente escrita por Brian Michael Bendis (que não acho nada
de extraordinária), a Levoir tem a
sorte de poder publicar o trabalho que serviu de inspiração direta para o
filme, aquele cuja qualidade deu segurança à Marvel. A escrita da dupla Dan Abnett e Andy Lanning junto com o desenho
muito “super-heroístico” de Paul
Pelletier trouxeram de volta conceitos e personagens há muito esquecidos pela editora.
No artigo sobre a publicação da Panini já
referi as origens do nome Guardiões da
Galáxia e em como a versão que passará para cinema pouco tem a ver com a
original da década de 60 e 70. É a versão já do século XXI que será adaptada.
Tudo começou no evento Annihilation,
onde vários artistas, dentre eles Dan e Abnett Lanning mas principalmente Keith
Giffen, procuraram rejuvenescer o canto cósmico do universo fantasioso da Marvel. Nesta saga, uma vaga destruidora
provinda de um universo negativo ameaçava o nosso e foi necessária a combinação
de personagens como Nova, Drax, entre outros, para conter a fúria de Annihilus, o mentor da invasão e inimigo
histórico do Quarteto Fantástico. Um
ano mais tarde, foi a vez da praga tecno-orgânica da Phalanx (antigos inimigos dos X-Men)
na saga Annihilation: Conquest. É
nesta que se reúnem, pela primeira vez, os novos Guardiões do Universo, escritos e desenhados pelos artistas já
mencionados, artistas que acabariam por tomar conta da macro-história que
estava a ser contada nos recantos siderais da Marvel. O humor britânico, a propensão para fantasia idiossincrática
também típica dos escritores deste lado do Atlântico, e o golpe de asa de
reunir um grupo eclético de personagens já existentes na galeria disponível da Marvel, tudo combinado deu origem a uma
das mais divertidas, empolgantes e originais BD a serem publicadas à altura.
Os Guardiões
são: Starlord – criado na década de
70, ele é o herdeiro meio-terrestre de um império intergaláctico; Rocket Raccoon - o famoso guaxinim
antropomorfizado provindo da década de 80; Drax,
o Destruidor – criado pelo grande Jim Starlin (leiam sobre a sua maior obra
aqui) de propósito para assassinar o maior vilão do universo Marvel, Thanos, que aparecerá neste filme e no último dos Vingadores; Gamorra – também criada por Jim Starlin, ela é a mulher mais
perigosa do universo, ex-discípula de Thanos;
Groot – uma árvore senciente, parte
de uma raça alienígena e, curiosamente, personagem criado antes de todos os
mais famosos da Marvel, mesmo do Quarteto Fantástico, que têm a honra de
serem os primeiros super-heróis desta editora; Adam Warlock – O mais importante personagem recriado por Jim
Starlin nos idos da década de 70, um messias interestelar e que (à partida) não
aparecerá no filme; Quasar - versão feminina de um heróis também nascido na década de 70, entretanto eleito defensor cósmico do universo; e Mantis - ex-Maddona Celestial também criada nos verdadeiramente excêntricos anos 70. Estes são os personagens que compõem esta estranha
incarnação dos Guardiões da Galáxia e
à qual vamos ser apresentados em Portugal. Bom mesmo era que toda a saga Annihilation pudesse ser publicada. Nem
será difícil tendo em consideração ter um princípio, meio e fim (mesmo que
longos).
Nota final – Eu não partilho da opinião que se tem de saber tudo
para acompanhar bem uma história. Parte da “magia” da BD americana reside na
descoberta posterior, na paciente reconstrução do puzzle. Mas para aqueles que
não têm tempo e paciência aqui fica este meu pequeno esforço.
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