Rapidinhas de Cinema - Jeune & Jolie; Leviathan; Justice League War

Jeune & Jolie de François Ozon


O ecletismo de Ozon continua. Tão depressa faz uma comédia esteticamente apurada como 8 Femmes, como entra no dramatismo de Le temps qui reste ou no thriller de Dans La Maison. Jeune & Jolie é também um bicho belo, não só no sentido cinematográfico e fotográfico da palavra, como também no tema abordado: a prostituição voluntária de uma mulher adolescente. O voyeurismo é óbvio, pela belíssima protagonista, pela temática, pelo facto de estarmos a ver um jovem corpo nu em situações sexualmente sedutoras. Contudo, pelo facto de não percebermos claramente as motivações da protagonista (faz parte de uma classe média alta francesa educada e endinheirada) o enredo entra pelo campo do mistério insolúvel, pelo mistério belo que nos provoca e fixa o olhar. Um filme enigmático e sedutor, ainda que um pouco distante dos melhores do autor.

Leviathan de Lucien Castaing-Taylor e Verena Paravel


Leviathan faz parte dos documentários que entraram, junto com The Act Of Killing (um dia falo deste fabuloso filme), nas listas dos melhores filmes de 2013. Cinematograficamente é um filme impressionante e pioneiro. Os dois documentaristas escolheram filmar a vida a bordo de um navio pesqueiro usando câmaras que colocavam nos próprios pescadores, na ponta de longas varas, em locais estratégicos do barco, deixando a captação de imagens ao sabor do acaso. Conseguiram apreender qualquer coisa como 200 horas que condensaram em 1h30 de filme, uma duração que verte um olhar bastante diferente sobre este tema em particular e o modo de fazer cinema em geral. Não é um filme fácil de ver, pelo movimento da câmara, pelas longas sequências em que pouco ou nada acontece, pelo facto de, segundo as palavras dos autores, quererem captar o que é viver num barco desta natureza. Também é um nada subtil tratado anti maltrato de animais, pela natureza da violência de todo o processo (um excelente double-feature para a Alvorada Vermelha dos portugueses João Rui Guerra da Mata e João Pedro Rodrigues). Uma verdadeira experiência cinematográfica.

Justice League: War de Jay Oliva


And now for something completely different: um filme de desenhos animados dos super-heróis da DC Comics. Este Justice League: War marca o início de uma nova estratégia da famosa editora de BD americana para as suas longas de animação que saem direto para o mercado do DVD e Blu-Ray. Isto porque assumem, sem qualquer tipo de compunções, o mais recente rebbot do universo da BD conhecido como Novos 52, onde todos os seus personagens recomeçaram do 0. Este filme adapta (livremente) a primeira de todas as histórias deste novo 52, escrita por Geoff Johns e desenhada por Jim Lee, focando a formação da Liga da Justiça neste novo universo e o primeiro confronto com o Deus do Mal, Darkseid. Existem diferenças como o facto de nesta formação não existir um Aquaman, sendo substituído pelo Shazam, e o enredo segue caminhos diferentes do original, tudo servido com uma novíssima sensibilidade destes já antigos personagens, bastante mais violenta (é ver para julgar, principalmente quando falamos da Mulher-Maravilha e até mesmo do Super-Homem). Isto não é, decididamente, para putos!


Finalmente, parece que a moda dos teasers para futuros filmes, inseridos nos créditos ou pós-créditos, é já um assumido trend e este Justice League : War não é exceção.

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