(Prometo tentar
informar aos menos conhecedores de BD acerca da acessibilidade desta coleção,
ou seja se é fácil ou não ler sem saber muito mais coisas)
Grau de acessibilidade: Fácil
Sai amanhã, Quinta-feira, dia 7 de Novembro, junto com
Público e custa 8,9€
“Em Elseworlds, os heróis são tirados dos
seus ambientes naturais e colocados em lugares e épocas estranhas – algumas que
de facto existiram, outras que poderão ter existido e outras ainda que não
podem ou poderiam ter existido. O resultado são histórias que recriam
personagens, familiares como o ontem mas frescos como o amanhã.”
A
frase de cima explica a premissa por detrás da série Elseworlds da editora DC
Comics, que almejava introduzir os seus mais conhecidos nomes em histórias,
mundos e épocas alternativas à continuidade regular. Deste modo poderíamos ver
um Super-Homem que não aterrou em
Kansas mas antes nas tundras geladas da URSS, um Batman vampiro, uma Mulher-Maravilha
da época vitoriana.
Este
volume da Levoir coleciona três
destas histórias especificamente criadas para o personagem que mais contos teve
nesta coleção de mundos alternativos: o Batman.
A capacidade de adaptação e a perenidade do arquétipo do Cavaleiro das Trevas é reforçada com este volume, conseguindo
facilmente se acomodar a histórias que incluem quer o Jack o Estripador, quer o Conde
Drácula, personagens assumidamente negros e góticos e tão bem adaptados ao
universo de Batman.
As
histórias aqui incluídas são realizadas por alguns dos maiores nomes alguma vez
associados à BD americana e ao Batman,
especificamente. O conto que dá capa ao volume, é escrito por Brian Augustyn e desenhado pelo lendário
Mike Mignola, que mais tarde seria
mundialmente conhecido como o criador de Hellboy
(não viram os filmes realizados por Guillermo
Del Toro? Que vergonha!), onde continuaria a exibir a sua inclinação gótica
e negra que parece ter começado a aprimorar neste Batman: Gotham by Gaslight. Aliás, este seria o primeiro conto Elseworlds, mesmo antes de esse termo
sequer existir.
A
segunda narrativa é, por sua vez, escrita por um, já na altura, importante
escritor de Batman, Doug Moench, e desenhada por Kelley Jones, cujo traço verdadeiramente
chiaroscuro e, novamente, gótico,
veio a revelar-se bastante adaptado não só a esta história como ao Batman. Tanto que estes dois autores,
uns anos mais tarde, seriam responsáveis por uma sequência de histórias no
universo normal do personagem.
Como
podem calcular, estas histórias são verdadeiramente fáceis de acompanhar e
altamente recomendáveis pelo talento dos criadores envolvidos.
Nota – Não partilho da opinião que tem de se saber tudo para
acompanhar bem uma história. Parte da “magia” da BD americana reside na
descoberta posterior, na paciente reconstrução do puzzle. Mas para aqueles que
não têm tempo e paciência aqui fica este meu pequeno esforço.
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