Colecção DC Levoir/Público – 9.º Volume: Batman

(Prometo tentar informar aos menos conhecedores de BD acerca da acessibilidade desta coleção, ou seja se é fácil ou não ler sem saber muito mais coisas)

Grau de acessibilidade: Fácil


Sai amanhã, Quinta-feira, dia 5 de Setembro, junto com Público e custa 8,9€

Este é o volume que deveria ter sido lido antes do 2.º desta coleção, aquele onde aparece o filho do Batman. Isto porque, se quisermos ser preciosistas, esta é a história da concepção do primogénito do Cavaleiro das Trevas.  
O relato começa na década de 70, quando Denny O’ Neil e Neal Adams divorciaram Batman da imagem kitsh que tinha “conquistado” com a série de TV da década de 60. Estes dois autores quiseram devolver o ambiente gótico e negro que era a matriz do personagem e foram os criadores de um conjunto de histórias que são, basicamente, as responsáveis pela imagem que é hoje  associada ao Homem-Morcego. Desde Frank Miller a Christopher Nolan.
Um dos personagens que criaram foi o vilão Ra’s Al Guhl, nome que traduzido do original arábico significa “cabeça do demônio”, um terrorista munido de uma agenda ecológica, que acredita que a Terra estaria melhor servida com um número reduzido de seres humanos. Este personagem antagonizava Batman mas não o odiava, aliás considerava-o bastante apropriado para se juntar à sua filha, Talia Al Guhl, de cuja união carnal poderia apenas nascer um perfeito espécime humano (não sei se se aperceberam que Ra’s e Talia foram personagens da recente trilogia de filmes de Nolan, interpretados por Liam Neeson e Marion Cotilard, respectivamente). Esta coleção inclui esta clássica introdução do temível inimigo-aliado de Batman bem como da sua filha que, imediatamente, transformou-se num dos maiores amores da vida do Cavaleiro das Trevas
Adicionalmente, é também contida a novela gráfica Batman: Son of the Demon de Mike W. Barr e Jerry Bingham, onde o filho de Batman, Damiané concebido. Inicialmente, esta história foi considerada como “imaginária”, ou seja, como não fazendo parte da continuidade da vida do personagem. Foi Grant Morrison o responsável por a considerar como “verdadeira”. Este autor postulou que todas a histórias protagonizando o personagem, mesmo as mais escabrosas, ridiculas e controversas (como seria a do filho de Batman), faziam agora parte do cânone.  E foi assim que Son of the Demon passou de "fantasia" a "realidade".

Nota – Não partilho da opinião que tem de se saber tudo para acompanhar bem uma história. Parte da “magia” da BD americana reside na descoberta posterior, na paciente reconstrução do puzzle. Mas para aqueles que não têm tempo e paciência aqui fica este meu pequeno esforço.

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