Colecção DC Levoir/Público – 12.º Volume: Arqueiro Verde

(Prometo tentar informar aos menos conhecedores de BD acerca da acessibilidade desta coleção, ou seja se é fácil ou não ler sem saber muito mais coisas)

Grau de acessibilidade: Fácil

Sai amanhã, Quinta-feira, dia 25 de Setembro, junto com Público e custa 8,9€


As duas grandes editoras de BD dos EUA têm um cardápio de personagens extenso e diversificado, fruto de sete décadas de histórias acumuladas, mas nem todos tiveram a mesma relevância ou sequer a mesma originalidade na sua concepção. O Arqueiro Verde era um destes personagens obviamente inspirado no arquétipo Robin Hood, com alguns pozinhos de Batman metidos na mistura, acabando por ser, durante um período bastante longo (foi criado na década de 40), um subproduto sem sabor. Esta situação modificar-se-ia em dois pontos na sua história. 

O primeiro apareceu já nesta coleção, quando o personagem se reuniu com um outro super-herói esmeralda e viajou pelas estradas dos EUA de inícios da década de 70, na procura de respostas para várias perguntas difíceis naqueles tempos conturbados. O segundo ocorreria vários anos mais tarde, pelas mãos de Mike Grell, e que poderão ler com este novo volume. O ano era de 1987 e a DC Comics estava em profunda revolução, contratando vários artistas para re-imaginar os seus vários personagens no rescaldo da famosa Crise nas Terras Infinitas (de que falei várias vezes neste Blog e a qual está também incluída nesta coleção da Levoir).

Devido ao pedigree adquirido na história que coprotagonizou com o Lanterna Verde, o Arqueiro nunca seria re-imaginado como um normal e indistinto super-herói. A aura de anarquista/liberal de esquerda que havia conquistado nesse título, nas subsequentes aventuras a solo, em parceria com a sua eterna companheira, a heroína Canário Negro, ou com seus colegas da Liga da Justiça, tinham consolidado uma imagem mais “realista”, menos em consonância com as aventuras escabrosas e cósmicas dos outros personagens ao dispor da editora. Assim, à semelhança de Batman ou mesmo do Questão (outro personagem fortemente urbano), a DC entregou os destinos deste seu personagem às mãos já experimentadas mas seguramente mais maduras do escritor/desenhista Mike Grell, que já havia dado provas do seu estatuto em outros títulos dentro e fora desta editora (Warlord e Jon Sable, apenas para citar aqueles que os fãs da BD melhor conhecem).

A aposta veio a verificar-se frutífera, porque a minissérie Longbow Hunters, colecionada neste volume, evoluiria para uma longa série mensal que Grell capitanearia por um longo período de tempo (cerca de 80 números).

Nota – Não partilho da opinião que tem de se saber tudo para acompanhar bem uma história. Parte da “magia” da BD americana reside na descoberta posterior, na paciente reconstrução do puzzle. Mas para aqueles que não têm tempo e paciência aqui fica este meu pequeno esforço.

2 comentários:

Nuno Amado disse...

Bolas páh... que saudades do Grell e do Warlord!
Juro que se me sair o euromilhões edito o Warlord integralmente em capa dura e em português!
LOOOOOL
Este é um dos livros desta colecção que ainda não conheço a respectiva história...
;)

SAM disse...

Tb nunca li mas estou com curiosidade. O Warlord li algumas coisas e tb tenho boas recordações. Acho que só por isso deves ganhar o euromilhões. LOL