Grau de acessibilidade: Fácil
Sai
amanhã, Quinta-feira, dia 25 de Julho, junto com Público e custa 8,9€
Pelo
Amanhã é escrita por Brian Azzarello e desenhada por Jim
Lee, dois gigantes da BD norte-americana. O primeiro por ser coautor de uma
das melhores BD’s dos últimos 15 anos, 100
Bullets, publicada pela Vertigo,
e o segundo por representar uma geração de ouro vinda do início da década de
90, uma geração de artistas que contribuíram para a criação de uma das atuais
melhores editoras de BD, a Image, mas
que também deram o pontapé de saída para um dos piores períodos criativos dos comics (mas isso é história para outra
altura).
A acessibilidade desta história é total, não
sendo efetivamente necessário conhecer mais do personagem do que é lugar-comum:
super-herói; vindo do planeta Krypton;
dotado de um moralidade e éticas irreprováveis; casado com Lois Lane.
A linguagem de Azzarello, à altura, foi considerada uma escolha arriscada para
este personagem. Este escritor era melhor conhecido por contos noir, policiais negros e terra-a-terra,
estando melhor talhando para os contos urbanos de Batman do que para o personagem maior que a vida que é o Super-Homem. Mas, o que a início era
visto como um detrimento acabou por ser uma enorme força. Azzarello trouxe uma linguagem maior, acertada para um super-herói
também ele maior, elevando-o à sua humanidade e à sua condição de
quase-Messias. E esta última faceta é particularmente bem focada em Pelo Amanhã, na medida em que o escritor
convida-se a um particular ponto de vista (perdoem-me o pleonasmo) pela escolha
de um Padre como um dos coadjuvantes do conto. Com esta visão, Azzarello traz-nos um Super-Homem
diferente, ao mesmo tempo frágil (humano) e forte (divino), conseguindo conciliar
estas duas versões aparentemente dispares do personagem e que, muitas vezes, têm
contribuído para variados preconceitos a si dirigidos.
Este conto terá de ser dividido, na versão
portuguesa, em dois volumes, sendo que o segundo saíra na semana seguinte.
Nota final – Eu não partilho da opinião que se tem de saber tudo para
acompanhar bem uma história. Parte da “magia” da BD americana reside na
descoberta posterior, na paciente reconstrução do puzzle. Mas para aqueles que
não têm tempo e paciência aqui fica este meu pequeno esforço.
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