O que vou lendo!


American Vampire de Scott Snyder e Stephen King (argumento e co-criação)– 4.º Volume

Esta série da Vertigo, imprint pertencente à DC Comics, foi co-criada por um dos grandes da literatura de Terror, Stephen King, juntamente com um dos mais prolíficos argumentistas do actual cenário da BD americana, Scott Snyder. O quadro da produção fica completo com os desenhos de Rafael Albuquerque ainda que, neste 4.º volume, receba ajuda do lendário desenhista catalão, Jordi Bernet, e de Roger Cruz.
O nome da série não foi escolhido por acaso. Relata a história de um novo tipo de vampiro (não, não brilham como diamantes à luz do Sol, nem são bonzinhos e fofinhos), personificada em Skinner Sweets e na sua descendência, Pearl Jones. Estas duas criaturas fazem parte de uma nova espécie dos famosos sugadores de sangue, capazes de sobreviver à luz do Sol e apenas vulneráveis a ouro. A metáfora parece óbvia, já que se tratam de vampiros nascidos e criados em solo americano, mas Scott Snyder, que assumiu o lugar de exclusivo argumentista na série, vai nos trazendo episódio atrás de episódio com estes dois personagens em momentos chave da variada história norte-americana, não sendo este 4.º volume, obviamente, excepção.
Desta feita, na primeira história desenhada por Jordi Benet, somos transportados para a infância e adolescência de Skinner Sweets na América do século XIX, num momento de guerra entre os invasores descendentes de europeus (vulgo actuais americanos) e os nativos do continente. Na segunda história, com Rafael Albuquerque, Snyder transporta-nos para as vidas rápidas dos jovens da década de 50 que, contudo, são aqui muito mais que uma simples tarde passada num Diner a beber batidos de morango e a ouvir música Yeah-Yeah. A última história é, provavelmente, a melhor das três, relatando um episódio na vida de um terceiro membro desta nova espécie de Vampiros, este afro-americano, enquanto lida com alguns dos clichés associados aos estados do Sul e reflecte sobre a capacidade de mudança, sua e de todos à volta.

Berserk de Kentaro Miura (argumento e desenho) – volumes 19, 20 e 21

É mera coincidência que as duas séries que hoje vos trago são ambas de terror. Ainda que sejam bichos muito diferentes.
Berserk é um Mangá (BD japonesa) e inclui-se ainda no estilo Espada e Magia/Medieval/Alta Fantasia actualmente tão em voga com o sucesso de O Senhor do Anéis e Guerra dos Tronos. Quando comparado com estes, contudo, podem ter a certeza tratar-se de um bicho mesmo muito diferente.
Não há nada de meigo e idílico no universo de Berserk, antes está repleto de terrores primordiais, sexo com monstros mucosos saídos dos mais profundos dos infernos e anti-heróis ultraviolentos. O personagem principal desta série é Guts, um guerreiro solitário que brande uma espada descomunal, impulsionado por uma intensa fúria dirigida aos seres demoníacos que lhe arruinaram a vida e a de seus companheiros de batalha.
A série, até o momento em que a li, dividiu-se em três grandes arcos narrativos: um relatando a luta de Guts contra vários servos dos tenebrosos demónios que ameaçam regressar o Inferno á terra; uma segunda que narra o seu passado e de como acabou neste caminho da vingança; uma terceira, na qual me encontro, em que tenta resgatar a amada das mãos de um destino infinitamente pior que a morte.
Berserk não é, de maneira nenhuma, para crianças, adolescentes e mesmo para alguns adultos, já que a sua imagética é fortíssima no grafismo da violência, da sexualização e do terror infligido nos vários personagens. Mas o enredo é viciante, tratando da luta de um solitário herói contra as forças negras dos infernos, à semelhança de um Frodo e de um Sauron.

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