Endless Nights de Neil Gaiman
Quando o universo expirar o seu último sopro restarão dois irmãos no ocaso.
Destiny (Destino) escreverá a última palavra na última frase e colocará o último ponto final na vida do último mundo. Olhará para a última página já amarelecida do pesado livro que carregou desde a primeira madrugada e, sem emoção, fechará o tomo e, assim, acabará a escrita do universo, que era a sua vida. E no seu derradeiro adeus será encaminhado para a porta de saída por sua irmã, Death (Morte), que olhará com os seus olhos jovens de muita vida para a escuridão e entropia finais. Olhará longa e demoradamente - ou não -, colocará as mãos nos bolsos e dirá qualquer coisa como “tiveste aquilo que todos têm: uma vida. Isso deve ser o suficiente”. E então, como se de um pensamento desligado se tratasse, desenhará um sorriso e fechará a porta do universo atrás de si. E ela será a última vida.
Retornará para o lado de seus irmãos e para o Pleno de onde brotaram, eles os sete que nada mais eram que ideias, mantidos vivos para manter vivo o universo. Dream (Sonho), Desire (Desejo), Delirium (Delírio), Destruction (Destruição) e Despair (Desespero) já haviam deixado o desenhar de histórias para trás. Restava ela, a eterna optimista, porque sabia como tudo acabava. Acabava inexoravelmente, irrevogavelmente, nas suas mãos. Nas mãos que carregaram tudo e todos (inclusive, em mais do que uma vez, um seu irmão) para o outro lado do véu.
Fim.
Endless Nights foi escrito por Neil Gaiman, criador de Sandman, para comemorar Sandman. E nele juntou Milo Manara, Michelanxo Prado, Frank Quietly, P. Craig Russel, Glenn Fabry, Barron Storey e Bill Sienkiewicz para pintar sete histórias para os sete irmãos Endless.
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