Sessões à Quinta!

Ôdishon de Takashi Miike



Os meninos de “Eu cá… Acho que acho!” fizeram esta quinta-feira um estágio de preparação para uma ida a esse festival de cinema em Portugal que mais estômagos revolta e que mais abraços provoca, vindos de incautas jovens à procura de conforto no musculado corpo da companhia masculina que ao seu lado se encontra (para júbilo de dito espécime masculino): o Fantasporto.

O filme escolhido foi “Ôdishon” (conhecido em Portugal por Anjo ou Demônio) pelo mestre de terror japonês Takashi Miike.

Foi com este filme que Takashi começou a ser notado por esse mundo fora. Ao contrário do que poderia ser esperado para quem conhece um pouco da fama deste realizador, “Ôdishon” durante boa parte do seu tempo pouco ou nada tem de terror e, mesmo quando algo acontece minimamente parecido com uma acepção estética e narrativa mais clássica deste género (carne esventrada, gritos lancinantes, fugas desesperadas), é relativamente contido (se bem que inspirou aos meninos de “Eu cá…Acho que acho” umas saídas da sala para ir vomitar para a casa de banho, corridas desesperadas pelas escadas abaixo coroadas de gritos demasiadamente femininos para conforto do emissor e saltos para a janela para apanhar o fresco ar da noite).

O filme retrata a história de um senhor, viúvo, que promove uma audição para um filme inventado. Nessas audições (apenas para mulheres) irá conhecer uma jovem (muito mais nova) por quem se sente particularmente atraído e com quem acaba por desenvolver uma relação. Até aqui tudo bem (excepto a parte do filme fictício. Vamos lá ver! Que maneira estranha de conhecer mulheres!). E, de repente, algo acontece. Alguém desaparece. E a partir daqui, o que até então parecia decorrer de forma linear, distorce-se, contorce-se, distorce-nos, arrasta-nos para lugares os quais não reconhecemos imediatamente, mesmo depois de acabar o filme.

Será “Ôdishon” um “cautionary tale”? Uma fábula, um conto, que procura alertar o receptor para comportamentos e acções que deveria ter? Um conto de moralidade?

Lançado em 1999, percorreu o circuito de festivais no mundo inteiro, ganhando alguns prémios (Fantasporto) e acabando por fazer parte das listas dos melhores filmes do ano, curiosamente em 2001 (Time e Empire).

Nós aqui achamos que achamos que, sei lá, a modos que o filme vê-se bem… ou nem por isso! Sim, pois, é isso mesmo!..

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