Imperatriz vol. 1 de Mark Millar e Stuart Immonen (GFloy)

(a partir de 28 de Fevereiro nas bancas) 

A editora portuguesa GFloy adquiriu recentemente os direitos de publicação da Millarworld. Esta é a marca do escritor Mark Millar, escocês responsável por alguns blockbusters dos comics das duas últimas décadas, quer através da Marvel, quer da DC, quer desta incursão independente. Mas desenganem-se se acham que Millar entrou no mundo da publicação para perder. Muitas das suas BDs têm sido êxitos da 9.ª Arte mas também da 7.ª, com adaptações cinematográficas de sucesso garantido: Kick-Ass e Kingsmen. Consumado vendedor e encantador de serpentes, Millar tem conseguido convencer alguns dos maiores talentos artísticos dos comics para entrar em co-autoria de obras publicadas através da Millarworld. Estas são produções conjuntas, de esforço e recompensa partilhada. Para este Imperatriz escolheu Stuart Immonen, cinético desenhista que já trabalhou no Homem-Aranha, nos X-Men e no Super-Homem. Immonen possui uma composição e desenhos cativantes e atractivos, capazes de prender a atenção da mente mais distraída.

A história passa-se no passado distante do nosso planeta, há 65 milhões de anos, quando os nossos antecessores governavam as paisagens do planeta que viria a ser a nossa casa.  Envolve a fuga de uma rainha das mãos psicopatas de um governante ditatorial, o seu marido. Uma fuga que a levará, aos seus filhos e amigos aos quatro cantos do universo em busca de refúgio em civilizações alienígenas coloridas e multifacetadas.

Imperatriz é a definição de blockbuster. A velocidade é vertiginosa. Millar e Immonen não deixam o leitor respirar, obrigando ao frenético voltar de página, ao desespero de saber o que virá a seguir. O artista tem espaço para brilhar, ao inventar inúmeras paisagens extraterrestres, seres alienígenas, acção incontida. O escritor é parcimonioso nas palavras, estilo pelo qual é conhecido, o que contribui para a velocidade da leitura mas também da obra em si. Millar é um verdadeiro parceiro do desenhador, permitindo-o brilhar com a sua estética e design, sem limites e com o mínimo de intromissão. Digamos que é o anti-Alan Moore. As suas histórias são big concepts de diversão desregrada e (quase) acerebral. Diversão e entretenimento puros que prendem e relaxam. 

Acabamos Imperatriz com a sensação de ter visto um filme de alto orçamento. Entretidos desde a primeira à última página. E temos de agradecer à GFloy o prazer que nos dá ao imprimir as suas obras em formato maior que comic. Uns vêem televisão. Com estas edições vamos ao Cinema.

2 comentários:

Diogo Semedo disse...

Não consigo gostar deste formato esticado das edições da GFloy.

De "deluxe" nada tem a não ser uns centímetros a mais que deixam a imagem adulterada em comparação com o formato original.

Proibiram o "formatinho" no final dos anos 90 porque não correspondia ao modelo original, este então é a mesma coisa..foi-se do 8 ao 80.

No Kingsman ainda tiveram o bom senso de mante-lo ipsis verbis, mas agora o senhor JHF e seus sócios dinamarqueses quiseram ir inspirar-se no que se faz em França e sairam estes híbridos..se queriam tanto o formato deluxe tinham-se logo atirado para o formato Absolute em vez de andarem a chamar aquilo de edições de luxo.

Felizmente que nas duas séries em continuação (Saga / Chew) não se meteram a mudar o formato a meio.

SAM disse...

Obrigado pelo comentário.

Felizmente, existem opções para todos os gostos, ainda que não em português. ;-)