Tenho participado de uma brincadeira no Facebook: enumerar uma BD por dia até 2020. Começou há alguns meses, e agora dou-me ao trabalho de aqui a reproduzir. Mostro, hoje, as escolhas desta semana, com link na imagem para o texto que escrevi sobre o livro, ou um nhónhózinho, caso ainda não tenha falado dele.
Esta semana continuamos, até dia 18 de Novembro, histórias do Renascimento da DC que acho (que acho) valerem a pena.
Detective Comics #934-981 de James Tynion IV com vários, entre eles o nosso Miguel Mendonça. Ao mesmo tempo que Tom King dava ar da sua graça na revista homónima do Batman, Tynion e colaboradores exploravam os vários aliados do Cavaleiro das Trevas. Esta sequência foi um pouco eclipsada pela de King, mas não é menos boa. No que a mim diz respeito, está no mesmo nível. Ao estilo de clássica aventura de BD de supers, feita com amor, dedicação e entusiasmo. O trabalho de Tynion deve ter sido apreciado, já que é ele quem irá substituir King na revista do Batman. Se for tão boa quanto esta, já está ganho.
Wonder Woman vol.5 (2016) #1 a 25 de Greg Rucka, Liam Sharp, Nicola Scott e Bilquis Evely. Nunca deves regressar a casa é o título de um livro de Thomas Wolfe, mas também um aviso. Aviso esse que Rucka ignorou e ainda bem. Este seu regresso a uma das suas personagens favoritas da BD (e a minha favorita), foi tão bom ou melhor que a primeira tentativa. É verdade que volta a reinventar a origem de Diana de Themyscira, algo que é feito de forma regular, mas acrescenta ao invés de apenas baralhar e voltar a dar. Durante 25 capítulos, explora uma das mais interessantes e descuradas personagens da BD, a sua relação com os deuses do Olimpo, com a sua mãe e com Steve Trevor, o eterno interesse romântico. Ao mesmo tempo que foca, tanto quanto a DC o permitiu, a bissexualidade de Diana.
A imagem reproduz a capa do número 25 por Jenny Frison, uma das mais interessantes ilustradoras a interpretar a Mulher-Maravilha.
Justice League vol. 3 (2016) 1-5, 14-22, 25-31 de Brian Hitch, Tony Daniel e Fernando Pasarin. A Liga de Brian Hitch não começou da melhor forma. Os primeiros cinco números (aqui listados) eram funcionais, mas não excepcionais. O que se seguiu era sofrível. Um crossover obrigatório depois, e no número 14, de repente, a surpresa. Uma história muito boa, com escrita e desenho de Hitch. Segue-se Timeless, um daqueles teatros macro-cósmicos aos quais a Liga tão bem se cola. E desenhado por um Fernando Pasarin maravilhoso. Seguem-se mais umas coisas e a história (que até tinha começado antes do DC Rebirth, no Justice League of America 1-9) acaba com Legacy, onde a Liga enfrenta os seus próprios filhos, vindos do futuro. Nada que os X-Men e outros já não tenham também feito, mas com um twist ao estilo desta equipa.
Uma iteração que, tenho a sensação, passou despercebida.
Hal Jordan and the Green Lantern Corps (2016) 1-50 de Robert Venditti com vários artistas. Seguir Geoff Johns no Lanterna Verde não era tarefa fácil. Esse autor tinha tornado relevante uma mitologia com décadas de existência. Mas Venditti, já antes do DC Rebirth o tinha feito e prosseguiu depois, com estes 50 números. Divertido, sem grandes revoluções, mas com a capacidade de fixar a atenção.
The Button, publicado no Batman vol. 3 (2016) 21-22 e Flash vol. 5 (2016) 21-22, de Tom King, Joshua Williamson, Jason Fabok e Howard Porter. A continuação oficial e directa do Especial DC Rebirth. Os dois maiores detectives do Universo DC investigam o estranho pin com a cara sorridente dos Watchmen. De onde vem? Quem o colocou na caverna do Batman? O mistério adensou-se mais do que se resolveu, mas ninguém se importa. A BD de supers é assim.
Superman vol. 4 (2016) #1-13 de Peter Tomasi e Patrick Gleason. O Super-Homem apareceu na realidade do DC Rebirth com um filho pré-adolescente (a história é longa e típica de supers, por isso não vou aqui alongar-me nela). Estes primeiros números do 4.º volume da revista homónima centram-se na relação entre ambos, escrita e desenhada pelos mesmos que exploraram a do Batman com o seu filho, Damien Wayne. Desta vez, Tomasi e Gleason não puderam explorar a relação pai/filho com a mesma substância, mas estes primeiros 13 números foram um bom aperitivo. Depois meteram-se crossovers e afins e estragou-se a refeição.
Cave Carson Has a Cybernetic Eye 1-12 de Gerard Way, Jon Rivera e Michael Avon Oeming.
Pouco depois do começo do DC Rebirth, a DC voltava os olhos para vôos mais experimentalistas. Um deles foi o selo Young Animal, com a curadoria do vocalista dos My Chemical Romance, Gerard Way, confesso fã e autor de BD. Um dos quatro títulos que saiu nesta leva foi este estranhamente intitulado Cave Carson Has a Cybernetic Eye. Cave Carson era um daqueles ridiculamente deliciosos conceitos da Idade de Prata da DC, de uma equipa de espeleologistas aventureiros, que investigavam os segredos e mistérios das profundezas cavernais da Terra subterrânea. Esta versão era um pouco mais surrealista, mas não menos aventureira. Durou 12 números, mais outros seis, e, infelizmente, ficou-se por aí.
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