Enquanto via este Diário de uma Rapariga Adolescente imaginava quando apareceria um personagem a dizer "bonjour, comment ça va?!". A temática deste filme, claramente risqué, assenta como uma luva em alguma cinematografia francófona. Uma adolescente numa relação pedófila mesmo que consentida? Cenas de amor com o corpo nu de uma menor? Os americanos raras são as vezes em que arriscam este lado da narrativa, chamemos-lhe assim. Enquanto nos EUA imperam as AK-47 e as Colt (as únicas marcas de arma de fogo que me lembro) nas terras de Flaubert muitas são as vezes que vemos antes uma Adèle Exarchoupoulos ou uma Sara Forestier belas como vieram ao mundo (confesso preferir esta tendência francesa mas isso sou eu).
Estas considerações são tudo menos desapropriadas. Diário de uma Rapariga Adolescente, apesar do seu tom relativamente mais leve, apesar de uma cromática anos 70, que nos "suaviza" a história, apesar disso tudo não deixa de ser sobre a vida de uma adolescente e das suas primeiras experiências sexuais que incluem, entre várias coisas, a relação com um homem 20 anos mais velho, seu padrasto. Contudo, nada é torpe. A construção do personagem titular e das suas opções são orgânicas, alicerçadas no caminho que está a ser percorrido pela personagem. Esta não é mais uma iteração banal do "despontar da sexualidade" e das "agruras do crescimento". Não há remates bonitos e laçarotes que fecham bem o presente. Há antes um pouco de sujidade e de pensamentos que não são totalmente passados a palavras.
Um filme interessante, realizado de forma segura, com uma cinematografia deliciosa. Recomendado para os que acham que os filmes dos EUA não podem ser franceses (até acho que são mais os estado-unidenses que o acham).
Estas considerações são tudo menos desapropriadas. Diário de uma Rapariga Adolescente, apesar do seu tom relativamente mais leve, apesar de uma cromática anos 70, que nos "suaviza" a história, apesar disso tudo não deixa de ser sobre a vida de uma adolescente e das suas primeiras experiências sexuais que incluem, entre várias coisas, a relação com um homem 20 anos mais velho, seu padrasto. Contudo, nada é torpe. A construção do personagem titular e das suas opções são orgânicas, alicerçadas no caminho que está a ser percorrido pela personagem. Esta não é mais uma iteração banal do "despontar da sexualidade" e das "agruras do crescimento". Não há remates bonitos e laçarotes que fecham bem o presente. Há antes um pouco de sujidade e de pensamentos que não são totalmente passados a palavras.
Um filme interessante, realizado de forma segura, com uma cinematografia deliciosa. Recomendado para os que acham que os filmes dos EUA não podem ser franceses (até acho que são mais os estado-unidenses que o acham).
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