O universo literário de Tolkien faz parte do meu imaginário desde há muito tempo. Devo ter lido o Senhor dos Anéis entre os meus 15 e 16 anos e é daqueles livros que estão muito perto do meu coração. Quando foi dito que o mundo fantástico da Terra Média ia ser transformado para a película do cinema fiquei, ao início, céptico, mas depressa fui conquistado, apanhado desde o primeiro frame do primeiro filme. Peter Jackson e companhia tinham conseguido o impossível: serem tão bons quanto o livro; equiparar a imagem mental que cada um de nós tinha deste mundo fantástico.
Infelizmente, com o Hobbit, o feito não se repetiu, o maravilhamento dos três filmes do Senhor dos Anéis não se reproduziu.
Sei que li o Hobbit imediatamente a seguir à obra principal de Tolkien e, tal como com o filme, ter-me-á deixado um sabor de desapontamento na boca, como um comida que não está temperada da forma intensa com que nos habituamos. À altura corrigi essa refeição insatisfatória com uma orgia de sabores que foi o maravilhoso Silmarillion, esse sim o livro que anseia por ser adaptado ao cinema.
O Hobbit não deveria ter sido esticado da forma que foi, há palha a mais, encheu-se muito chouriço, para continuar pelo vernáculo. O primeiro desta nova trilogia tinha parecido demais para uma história tão exígua e, apesar deste segundo ser francamente melhor, continua a esticar cada pequena linha de enredo para o tamanho de um novelo desnecessário. É verdade que existe muito, mesmo muito mais, diversão e entretenimento neste Desolação de Smaug, com as cenas de ação e os cenários de maravilhamento a continuar a ser debitados à velocidade da luz, mas não existe corpo de história capaz de segurá-los. Tolkien escreveu este seu Hobbit como um conto infantil para os seus filhos e isso nota-se. É verdade que já não tenho idade para absorver este filme da forma que, provavelmente, deverá ser absorvido mas, ainda assim, um pouco menos de horas era capaz de ter sido a escolha certa. Ao contrario do Senhor dos Anéis, que poderia ter continuado interminavelmente, este Hobbit tinha beneficiado de parcimónia.
Ainda assim, este é um filme que vale a pena ver porque, muito sinceramente, tivessem muitos filmes de realizadores maus a qualidade deste novo esforço de Jackson. Existem pontos fortes como o impressionante Smaug, a prestação de Martin Freeman como o herói, Bilbo Baggins, e o sempre impecável Ian McKellen, que não consegue ser mau. Aliás, os episódios que envolvem o feiticeiro Gandalf são dos mais interessantes, não só porque se prestam a visuais mais adultos e negros, como são uma das pontes mais directas para o Senhor dos Anéis.
Antes de ir posso dar um conselho? Os cineastas do futuro têm de ter mais controle sobre o deslumbramento das novas tecnologias, nomeadamente os gráficos gerados por computador. Quando um personagem ou um cenário conseguem ser feitos recorrendo ao real do físico, optem por esse caminho. É que a sensação, por vezes, era que estava a ver um jogo de computador. Como dizia o outro, não há necessidade.
O Hobbit não deveria ter sido esticado da forma que foi, há palha a mais, encheu-se muito chouriço, para continuar pelo vernáculo. O primeiro desta nova trilogia tinha parecido demais para uma história tão exígua e, apesar deste segundo ser francamente melhor, continua a esticar cada pequena linha de enredo para o tamanho de um novelo desnecessário. É verdade que existe muito, mesmo muito mais, diversão e entretenimento neste Desolação de Smaug, com as cenas de ação e os cenários de maravilhamento a continuar a ser debitados à velocidade da luz, mas não existe corpo de história capaz de segurá-los. Tolkien escreveu este seu Hobbit como um conto infantil para os seus filhos e isso nota-se. É verdade que já não tenho idade para absorver este filme da forma que, provavelmente, deverá ser absorvido mas, ainda assim, um pouco menos de horas era capaz de ter sido a escolha certa. Ao contrario do Senhor dos Anéis, que poderia ter continuado interminavelmente, este Hobbit tinha beneficiado de parcimónia.
Ainda assim, este é um filme que vale a pena ver porque, muito sinceramente, tivessem muitos filmes de realizadores maus a qualidade deste novo esforço de Jackson. Existem pontos fortes como o impressionante Smaug, a prestação de Martin Freeman como o herói, Bilbo Baggins, e o sempre impecável Ian McKellen, que não consegue ser mau. Aliás, os episódios que envolvem o feiticeiro Gandalf são dos mais interessantes, não só porque se prestam a visuais mais adultos e negros, como são uma das pontes mais directas para o Senhor dos Anéis.
Antes de ir posso dar um conselho? Os cineastas do futuro têm de ter mais controle sobre o deslumbramento das novas tecnologias, nomeadamente os gráficos gerados por computador. Quando um personagem ou um cenário conseguem ser feitos recorrendo ao real do físico, optem por esse caminho. É que a sensação, por vezes, era que estava a ver um jogo de computador. Como dizia o outro, não há necessidade.
Sem comentários:
Enviar um comentário