A
máxima “O primeiro é que era bom!” aplica-se
a este filme na perfeição. No que o anterior funcionava, com certeza por causa
da batuta de Matthew Vaughn, neste,
meus amigos, é sem sal, desapaixonado. O argumento corre mais ou menos parecido
com as duas BD’s em que se inspira (e das quais falei neste post) mas em modo
tarefeiro. Jeff Wadlow, perdoa-me,
mas até eu que nem gosto muito de dizer mal das coisas, tenho a declarar que tu
não tiveste lá muito inspirado. Eu sei que esta BD não se oferece a diatribes
autorais e filosóficas sobre o significado do que estamos aqui a fazer, mas uma
telenovela de violência orgástica como Kick-Ass
2 mereceria um trabalho mais divertido e leve (se de leve se pode chamar às
litradas de sangue e teatro sado-maso que é o enredo do filme).
No
artigo da Maxim que escrevi há uns
dias trás (leiam-no aqui) já discorri sobre a BD e sobre a filosofia de Kick-Ass (desculpem os filósofos por
esticar tanto o termo), portanto no que respeita a isso apenas posso reiterar
que se trata de um filme que gosta do estilo narrativa catártica, em que
podemos, de uma forma ou de outra, nos identificar com aqueles personagens que
se vingam, das formas mais inspiradas, daqueles “que lhes fizeram mal”. Existem
momentos particularmente interessantes e muitos deles (ou todos eles) não
envolvem o titular mas antes a coadjuvante (Hit-Girl)
e o vilão (The Motherfucker e ainda
bem que este post é em português). Aliás,
um dos personagens menos interessantes é mesmo Kick-Ass, tão sensaborão que, mesmo com todas as desgraças que lhe
acontecem, pouco simpatizamos com os seus dilemas. Pergunto-me se a culpa é
mais da equipa do filme ou mesmo de Mark
Millar, o escritor da BD.
Resumindo,
o filme pouco mais oferece que 2 horas de porrada que não digo ser
descontextualizada e desinteressante mas pouco para lá falta. Mas sempre
podemos esperançar por uma aventura a solo de Hit-Girl que, se alguma coisa boa veio desta série, é ela de
certeza.
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