Este Promised Land está
mais perto das obras de qualidade do que aquelas que ficaram aquém da bitola do
autor, devolvendo-nos a paisagem da América profunda, tão querida a muitos
realizadores estado-unidenses, onde os habitantes vivem entre a letargia e o
desejo por um mundo mais moderno. A história é actual e simples. Uma corporação
multimilionária quer explorar as reservas de gás natural de uma pequena
povoação do interior e cabe aos dois personagens principais, trabalhadores desta
empresa interpretados por Matt Damon e
Frances McDormand, convencer os
habitantes a alugar as suas propriedades para permitir essa exploração.
Ainda que o pano de fundo pareça um relativo lugar-comum, o
modo como o argumentista e o realizador constroem a história não padece do
mesmo mal. Preferem ir construindo o castelo com pequenas frases, diálogos e situações
ambivalentes o suficiente para fornecer o devido cérebro ao conteúdo. Nenhum
dos autores coloca-se no lado definitivo da resposta. Ninguém vem aqui para dizer
qual o caminho correcto. Ninguém é o mau da fita (como aliás o personagem de Matt Damnon está tão preocupado em
provar). Este tipo de narrativa, não distante mas antes exploratória e expositora
(será que a posso assim chamar?), funciona bastante bem nas mãos deste
realizador.
Um filme que se recomenda, pela universalidade da mensagem, pelo
facto de usar como pano de fundo uma galeria de situações que, ainda que tendo
como palco o interior americano, não é totalmente distante da nossa realidade.
2 comentários:
Ok.vou ver,considero imenso as tuas opiniões,não posso deixar de referir que adorei teres usado a expressão "narrativa":) bjs xana
Obrigado Xana pelo comentário. beijos.
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