Banda Desenhada. Porque vale a pena ler e ler e ler...

Green Lantern de Geoff Johns

Eu acho irónico falar de histórias bem contadas de super-heróis em editoras que já as contam há dezenas de anos. E na DC, editora americana de BD onde 80% do seu produto são super-heróis, esta realidade é duplamente irónica. Duplamente porque possui o catálogo das figuras universalmente mais reconhecidas neste campo: Super-Homem; Mulher-Maravilha; Batman.

Acontece que, dentro da quantidade de oferta que existe, mesmo apenas considerando esta editora, Green Lantern (Lanterna Verde) do argumentista Geoff Johns destaca-se de forma impar.

Johns toca todos os instrumentos que devem ser tocados quando se canta uma história de super-heróis. O herói movimenta-se num cenário operático, maior que a vida e onde, a cada momento, o destino não apenas do universo, mas da Vida, se encontra no fio da navalha. Os vilões são de tal modo pérfidos que o Diabo teria dificuldade em partilhar artimanhas com estes seres. A mitologia do herói é do tamanho do universo e demorada como o tempo que medeia o Big Bang e a Entropia. O enredo é pop, exagerado, colorido, explosivo.

Johns (e isto, desculpem, é mais para os fãs do universo) consegue pegar numa mitologia de décadas, em eventos dispares de histórias de décadas, e construir uma tapeçaria deslumbrante e, ao mesmo tempo, de entretenimento que rejubila a criança que existe (e insiste) no coração, cabeça e membros de fãs de BD de super-heróis. E fá-lo sem descurar qualidade e acessibilidade (sim, mesmo para os que não conhecem a novela de quase 70 anos que é o universo DC – qualquer dia falarei melhor disto).

Já existem vários volumes destas histórias, sendo o primeiro intitulado Green Lantern: Rebirth. Se quiserem saber dos volumes subsequentes, façam o favor de aqui postar um comentário e terei o maior prazer de vos desenhar o “mapa de leitura” para esta saga que, neste momento, está no seu zénite com a história intitulada “Blackest Night”.