(Prometo informar os menos conhecedores acerca da acessibilidade desta coleção de BD, ou seja, se é fácil ou não ler sem saber mais coisas)
Grau de acessibilidade: Difícil mas...
Sai hoje, Quinta-feira, dia 9 de Outubro, junto com Público e custa 8,9€
O que começou e acabou tem de continuar. Essa é uma das filosofias da eterna telenovela dos super-heróis da Marvel e da DC Comics. A semana passada, esta maravilhosa coleção da Levoir publicou o último capítulo da saga que Brian Michael Bendis, escritor, fez para os seus Novos Vingadores. O que se lhe seguiu foi uma mini-Era Heróica, na qual os grande nomes desta equipa regressam: Thor; Capitão América; Homem de Ferro. Aventuras com sabor a outras épocas voltaram a agraciar as páginas de uma nova revista dos Vingadores (tout court) e, porque tinha de ser, os Novos Vingadores continuaram, mas apenas como equipa satélite.
No ano em que saíram os dois primeiros filmes de Thor e Capitão América, 2011, foi aquele em que a Marvel decide centrar o seu evento anual nestes dois personagens: Fear Itself, que é coleccionado neste volume sob o título A Essência do Medo. À semelhança de outras sagas anuais como Guerra Civil ou Invasão Secreta (ambas publicadas pela Levoir), nesta também se reúnem a maior parte dos personagens da editora de super-heróis, apenas desta vez em volta de enredos e eventos que tocam mais directamente com o Deus do Trovão e o Sentinela da Liberdade: chama-se a isto mercantilismo. A história principal envolve dois temíveis vilões: uma a herdeira espiritual e genética do maior inimigo do Capitão América, o Caveira Vermelha; o outro, parte do passado negro dos Asgardianos, povo de Thor, e do seu pai, Odin, o Todo-Poderoso.
Escrita pelo imaginativo Matt Fraction e desenhada pelo excelente Stuart Immonnen, é uma saga envolvente e divertida ainda que sofra de alguns dos males (há muito tempo) típicos destas grandes aventuras transversais: essa mesma transversalidade. Muitos dos enredos não começam ou terminam no livro principal, muitos dos autores preferem transportá-los para as revistas individuais de cada personagem. Ao mesmo tempo, são histórias que, por mais que os artistas se esforcem, estão alicerçadas em várias décadas de continuidade, sendo muitas vezes necessário um conhecimento enciclopédico para apreciar o que se passa (ou não, tendo em conta a nota que coloco sempre no final de cada um destes posts). Por outro lado, estas sagas nunca acabam (verdadeiramente) na última página, mas esse é o preço a pagar pela "eterna telenovela" de que vos falei no primeiro parágrafo. E, muito sinceramente, esse é parte do charme da coisa.
Nota – Não partilho da
opinião que tem de se saber tudo para acompanhar bem uma história. Parte da
“magia” da BD americana reside na descoberta posterior, na paciente
reconstrução do puzzle. Mas para aqueles que não têm tempo e paciência aqui
fica este meu pequeno esforço.
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